A mineradora Vale já deu a partida para fazer uma grande aquisição internacional e se tornar a maior mineradora do mundo, ultrapassando a anglo-australiana BHP Billinton. Desde o mês passado, a Vale tem enviado equipes técnicas a minas e usinas da Anglo American, segunda maior mineradora do mundo, no Brasil e em países como África do Sul, Colômbia e Austrália. A orientação dada a essas equipes é a de observar os ativos sob a ótica de uma eventual compra, buscando sinergias para cortar custos e obter ganhos de escala.
A Anglo está na mira da Vale, mas também figuram como possíveis alvos as americanas Freeport McMoRan, segunda maior produtora de cobre do mundo, e a Alcoa, uma das líderes na fabricação de alumínio. No início dessa semana, o assunto ganhou força depois que o jornal britânico Observer informou que grandes acionistas da Anglo estão dispostos a aceitar uma possível oferta da Vale, caso supere em, pelo menos, 25% o valor de mercado da companhia, estimado em cerca de US$ 85 bilhões.
A Vale está reforçando o caixa para a aquisição. Na semana passada, a empresa anunciou uma oferta de ações no valor de US$ 14 bilhões para se capitalizar. Agora, fontes ligadas à empresa dizem que a Vale está costurando um pacote bilionário de financiamento com bancos. Fazem parte da operação seis dos oito bancos (HSBC, Santander, BNP, Royal Bank of Scotland, Citi e Credit Suisse) que apoiaram a Vale na tentativa frustrada de compra da Xstrata, no início do ano. Também vão participar outras quatro instituições financeiras que não estavam presentes na negociação da Xstrata - Bradesco, Banco do Brasil, JP Morgan e Calyon. Na época da tentativa de compra da Xstrata, a Vale conseguiu empréstimos no valor de US$ 50 bilhões.