A pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) de Projeções e Expectativas de Mercado, divulgada nesta terça-feira (17/06), mostrou que os bancos revisaram para cima suas expectativas de crescimento da economia para este ano de 4,66% para 4,78%. O levantamento, feito nos dias 12 e 13 de junho, revelou que os bancos estão menos otimistas quanto ao consumo das famílias. A média das projeções foi revisada em baixa, de 6,06% para 5,99%. Já os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) devem crescer 11,72%, taxa superior à estimativa anterior, de 11,15%.
Para 2009, as instituições financeiras reduziram sua projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de forma moderada, de 4,19% para 4,18%. A previsão de consumo das famílias avançou de 5,09% para 5,20%, e a da FBCF, de 9,10% para 9,54%. "Já existe uma preocupação em relação à inflação e ao impacto disso no orçamento familiar e como isso afeta o consumo das famílias daqui para frente", ressaltou o economista-chefe da Febraban, Nicola Tingas. Entretanto, o lado positivo é a expansão dos investimentos. "O investimento está crescendo, e isso faz com que a gente tenha uma manutenção do nível de emprego e renda", disse.
Na avaliação do economista, é necessário um "balizamento das condições de oferta". Desta forma, uma pequena desaceleração na demanda para dar tempo de a oferta se equilibrar com ela é "muito importante". Para Tingas, esse movimento pode justificar a política gradual do Banco Central. "Aparentemente a condução (da política monetária) se mantém sadia, privilegiando a manutenção das expectativas", de tal forma que o processo de investimentos não seja interrompido.
O risco para 2009 é de uma reversão do crescimento mundial, alerta Tingas. De acordo com o levantamento, as maiores preocupações do mercado são também o aumento dos preços das matérias-primas (commodities) e da pressão inflacionária no cenário global. No Brasil, o maior risco destacado pelos bancos é a pressão dos preços dos alimentos e dos preços administrados, assim como o descompasso entre a oferta e a demanda na economia.
Comércio exterior
Com relação às contas externas, a projeção média para as importações neste ano foi revisada em baixa, de US$ 155,79 bilhões para US$ 148,60 bilhões. Já a estimativas para as exportações cresceram de US$ 180,26 bilhões para US$ 181,03 bilhões. Desta forma, a expectativa para o superávit comercial avançou para US$ 32,42 bilhões, de US$ 24,48 bilhões no levantamento anterior.
Entretanto, a previsão para as transações correntes voltaram a se deteriorar. A previsão dos bancos de déficit para este ano avançou de US$ 10,93 bilhões para US$ 14,48 bilhões. Para 2009, as projeções para o superávit da balança comercial subiram de US$ 18,70 bilhões para US$ 27,76 bilhões, enquanto as estimativas para o déficit em transações correntes foi de US$ 19,17 bilhões para US$ 20,78 bilhões.