As regiões Norte e Nordeste, alvos de investimentos recentes de várias fabricantes de bens de consumo e redes varejistas, começam a perder fôlego no ritmo de crescimento das vendas do comércio. Depois do desempenho do varejo nas duas regiões ter superado em muito a média nacional nos dois últimos anos, o quadro começou a se inverter desde setembro. A partir dessa época, a taxa de crescimento das vendas das duas regiões ficou abaixo da média do país, tendência que persiste até hoje, segundo estudo da Quest Investimentos com base no resultado da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, em setembro de 2007 o faturamento nacional do comércio cresceu 13,98% ante igual período do ano anterior, enquanto no Norte e Nordeste foi de 12,31% e 13,37%, respectivamente. Na última pesquisa referente a março, essa tendência ficou mais clara: o faturamento do comércio no país aumentou 13,29% ante o mesmo mês de 2007 e o Norte e Nordeste cresceram 7,78% e 11,47%.
A perda de dinamismo no Norte e Nordeste é explicada pelo aumento da inflação, que tira poder de compra da população de menor renda, predominante nessas regiões. ;A inflação afeta todos, mas o Nordeste tem grande parte das classes C e D;, diz Paulo Pereira Miguel, economista-chefe da Quest. Benefícios sociais como o Bolsa-Família, ganho de renda do salário mínimo, queda da inflação, entre outros fatores, sustentaram a expansão nessas regiões nos últimos dois anos. Agora, começam a minguar, corroídos pela alta da inflação, especialmente dos alimentos.