Ministros das finanças do grupo das oito nações mais industrializadas do mundo, conhecido como G8, apelaram neste sábado aos países produtores de petróleo que aumentem a produção numa tentativa de estabilizar os preços da commodity e dos alimentos, que vem batendo níveis recordes há vários meses. A situação atual, alegaram, representa uma grave ameaça ao crescimento global.
A economia mundial enfrenta agora "ventos contrários" por causa da recente alta nos preços, disseram os ministros, em comunicado conjunto, no encerramento de dois dias de discussões em Osaka, no oeste do Japão.
"Os preços elevados das commodities, principalmente do petróleo e alimentos, representam uma séria ameaça ao crescimento mundial constante, têm sérias implicações para os mais vulneráveis e podem aumentar a pressão inflacionária global", disse o comunicado.
O principal fator a pressionar os preços do petróleo é o desequilíbrio entre a crescente demanda global e restrições na oferta, os ministros afirmaram. Eles disseram que fatores geopolíticos e financeiros também têm sua parcela de culpa - alguns do ministros acreditam que os preços também vêm subindo por conta de especulação nos mercados.
O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, insistiu que a principal causa do problema é a oferta restrita e alertou para o perigo de se buscar "soluções de curto prazo".
Paulson lembrou que os preços do petróleo quintuplicaram desde 2002, e pediu aos países, num comunicado, que deixem os mercados operarem e que reduzam a dependência de subsídios. Ele também pressionou os países produtores para que permitam mais investimentos na exploração e produção da commodity.
"Eu acho perigoso quando começam a dizer 'Ah, são os especuladores'", Paulson disse a repórteres após a reunião. "Não queremos dar o diagnóstico errado do problema. E se o observarmos de perto, eu acho que a questão está bem clara. Não tivemos aumento na capacidade de produção do petróleo nos últimos 10 anos", completou.
Outros membros do G8, no entanto, em especial França, Alemanha e Itália, acreditam que os especuladores têm um peso maior na questão do que apregoa Paulson.
Segundo o ministro italiano das finanças, Giulio Tremonti, um "enorme movimento especulativo" está por trás da alta no petróleo. Ele propõe que sejam elevadas as margens necessárias para se negociar no mercado futuro de petróleo.