Jornal Correio Braziliense

Economia

Servidores do Tesouro Nacional seguem com paralisação e podem entrar em greve

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Os servidores do Tesouro Nacional prosseguem nesta sexta-feira (13/06) com a paralisação de 48 horas iniciada nesta quinta-feira (12/06). Eles querem a igualdade de salários com os funcionários da Receita Federal, que ganham 15% a mais do que a categoria. Segundo o presidente da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), Fernando Antunes, 850 dos 950 servidores do Tesouro estão parados. A categoria pode entrar em greve na próxima semana se não receber resposta do governo federal. ;As negociações se arrastam há nove meses;, reclama. ;Estamos pedindo uma nova rodada de reuniões, mas até agora não há previsão de quando devemos voltar a discutir nossa situação.; As diferenças salariais em relação à Receita, diz Antunes, têm provocado a redução do quadro de funcionários no Tesouro Nacional e prejudicado o trabalho do setor responsável pelas contas públicas da União. ;A cada concurso da Receita, perdemos de 70 a 120 servidores atraídos pelos melhores salários. Isso tem provocado a canibalização do Tesouro;, queixa-se. Atualmente, um técnico (cargo de nível médio) do Tesouro ganha, em média, R$ 4,5 mil, contra R$ 6 mil de quem exerce a mesma função na Receita. Um auditor (cargo de nível superior) recebe R$ 8 mil no Tesouro e R$ 10,5 mil na Receita. O governo propôs reajustar os salários do Tesouro em torno de 35% parcelados nos próximos dois anos. O problema, conforme Antunes, é que a defasagem salarial continuará nos níveis atuais com o aumento de cerca de 40% proposto aos auditores da Receita, que passaram quase dois meses em greve, de março até o início de maio. ;Pelos nossos cálculos, nosso aumento deveria ser de 47% para igualar os salários aos da Receita;, explica Antunes. ;Como a gente lida com as contas públicas, sabemos que o governo tem condições de arcar com essa diferença.;