Jornal Correio Braziliense

Economia

Bovespa fecha em alta de 1,43% e recupera parte das perdas do mês

;

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) interrompeu uma sequência de quatro pregões consecutivos e recuperou terreno, favorecida por um dia mais positivo nas Bolsas européias e americanas. O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, avançou 1,43% no fechamento, para os 67.812 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,6 bilhões. O dólar comercial foi cotado a R$ 1,635 na venda, em declínio de 0,36%. A taxa de risco-país atinge 188 pontos, número 1,05% inferior à pontuação final de ontem. Na Europa, as ações do setor de mineração e de bancos contribuíram para as principais Bolsas encerrarem a sessão de negócios com sinal positivo, a exemplo de Londres (1,17%) e Frankfurt (0,97%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York teve alta de 0,48%. Entre as principais notícias do dia, o Comitê de Política Monetária (Copom) revelou hoje o conteúdo da ata relativa à reunião da semana passada, em que a taxa básica de juros foi ajustada de 11,75% para 12,25%. A ata indica que o Comitê está atento às pressões inflacionárias decorridas do cenário externo e que pode manter sua política de aperto monetário. Números mais positivos Também influenciaram os negócios do dia a nova rodada de números da economia americana, que finalmente revelaram indícios mais positivos: as vendas no varejo tiveram, um crescimento de 1% em maio, maior expansão desde novembro do ano passado. Em abril, o crescimento foi de apenas 0,4% (dado revisado). O Departamento do Trabalho, no entanto, informou que o montante de solicitações de seguro-desemprego atingiu 384.000 na semana passada, um acréscimo de 25.000 pedidos, número bastante acima do esperado por analistas do setor financeiro. Na semana passada, o mercado financeiro já se assustou com a taxa de desemprego (5,5%) bastante alta, devido ao seu impacto direto sobre consumo e renda. Ações em alta O destaque do dia foi a ação da AmBev, que disparou 8,28%, para R$ 115. Ontem à noite, a Inbev - formada pela fusão da belga Interbrew e da brasileira AmBev - fez uma proposta de cerca de US$ 46 bilhões pela americana Anheuser-Busch. Se concretizada, a operação pode tornar a cervejaria belgo-brasileira a maior do mundo. Apesar do prêmio de 40% no preço das ações embutido na oferta de aquisição, o mercado viu com bons olhos a possível aquisição. Para André Segadilha, gerente de análise da Prosper Corretora, a operação pode mudar o perfil da AmBev, de "uma empresa de fluxo de caixa estável em uma empresa com um maior potencial de crescimento e, conseqüentemente, de maior risco".