O novo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) da Argentina foi apresentado nesta terça-feira (10/06) em meio aos protestos dos trabalhadores do órgão, que caiu em descrédito depois que passou a sofrer intervenção do governo federal. "O Indec está em meio a uma crise institucional sem precedentes, iniciada em janeiro de 2007 com a intervenção do IPC, e que se estendeu a muitos outros programas do instituto (Pobreza e Indigência, Estimador Industrial, Contas Nacionais, Censo Agropecuário, entre outros)" afirmou um comunicado da comissão interna da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE-Indec)
"Os trabalhadores do Indec têm sido contra, de maneira decidida, à intervenção, em defesa da qualidade das estatísticas públicas oferecidas a toda a população há 17 meses", continua a nota. "O novo índice de preços ao consumidor é uma mentira". A nova metodologia usa somente 440 produtos e serviços, enquanto que a anterior pesquisava 818, com uma base de dados que abrange os últimos dez anos.
Desta forma, o governo eliminou itens como viagens ao exterior ou gastos com serviços domésticos. Por outro lado, manteve os planos de saúde e a educação privada e mudou o peso de cada produto no índice para refletir a sazonalidade, as substituições dos consumidores e as mudanças de hábito no consumo. Até hoje se conhece pouco sobre a metodologia que está sendo utilizada. O governo apenas esboçou alguns detalhes durante um seminário, há um mês, mas pelo pouco que se sabe, os economistas já criticam o novo IPC, que considera somente os produtos e serviços usados pelas classes média e baixa