A petrolífera brasileira Petrobras e a empresa canadense do setor de gás TransCanada estudam formar um consórcio para apresentar uma oferta de construção de um gasoduto no Sul do Peru, disse hoje o governo peruano. Três grupos já manifestaram interesse pelo projeto, que tem por finalidade levar o gás natural das reservas de Camisea para as áreas habitadas no Sul do país vizinho
"Queremos que empresas como Suez, TransCanada e Petrobras, que têm experiência na construção de centenas de quilômetros de gasodutos, participem seriamente, porque com algumas das outras as coisas acabariam num fiasco", declarou o presidente Alan García. Ele disse que os grupos interessados devem formar parcerias nas próximas semanas, pois em caso contrário o governo fará um processo de licitação internacional
A Kuntur Transportadora de Gas fez uma oferta de US$ 1,2 bilhão para construir o gasoduto de 1.085 quilômetros entre as jazidas de gás de Camisea, no departamento de Cuzco, e os departamentos sulistas de Moquegua e Puno. O grupo está ligado à firma de private equity Conduit Capital Partners
O Energy Transfer Partners, consórcio que controla e opera vários ativos de energia nos EUA, também apresentou uma proposta para construir um gasoduto através dos Andes. A Suez Energy Peru unidade do grupo franco-belga Suez, já pretende construir um gasoduto de US$ 850 milhões ao longo da costa do Pacífico, até a cidade sulista de Ilo. Representantes da empresa têm declarado, porém, que ela está aberta à possibilidade de participar do novo projeto
"Se dentro de poucas semanas o grupo Kuntur, que não parece ter os recursos nem a tecnologia, não formar um parceria com o grupo Suez, e se a TransCanada e a Petrobras não fizerem uma proposta firme, então precisaremos ter um processo de concorrência internacional", afirmou García. Ele disse ainda que um empreendimento desse porte terá de ser lucrativo e apontou os projetos, em fase de planejamento, destinados a estabelecer uma indústria petroquímica no sul do Peru com o uso do gás natural
Segundo especialistas, a demanda de gás no Sul do Peru é limitada e dificilmente sustentaria um gasoduto na região. Segundo noticiou hoje o jornal local Gestión, García teria dito que o gás poderia ser usado para gerar eletricidade a ser exportada para o Chile
O gás atualmente é transportado por embarcações que partem da região amazônica para uma usina próximo à cidade de Pisco, na costa do Pacífico, e dali para a capital, Lima, e o restante do país. "O gasoduto para o Sul vai se tornar uma realidade", afirmou o presidente, num comunicado divulgado ontem à noite. As informações são da Dow Jones