A economia americana deve escapar do cenário de uma desaceleração grave, mas a recuperação será lenta, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Federal Reserve de Atlanta - uma das 12 divisões regionais do Fed, o banco central americano -, Dennis Lockhart. "Meu cenário básico é que a desaceleração não será muito grave, mas a recuperação tampouco será muito rápida", afirmou Lockhart em um pronunciamento na cidade de Jacksonville.
Depois de um primeiro trimestre de crescimento fraco, o segundo deve ser "um pouco melhor que o previsto" e se espera uma melhora no segundo semestre, disse o predidente do Fed de Atlanta.
Na semana passada, o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse que os mercados financeiros "ainda estão longe de seu estado normal". "Há bons sinais, com certeza, mas no momento a situação dos mercados financeiros está longe do normal. São os participantes do mercado que devem regular as fontes fundamentais das tensões financeiras", declarou então.
Avaliação positiva
O vice-presidente do Fed, Donald Kohn, avaliou de modo positivo a situação da economia americana: recentemente ele disse que a economia norte-americana provavelmente se recuperará no segundo semestre e mostrará aceleração em 2009, enquanto as pressões inflacionárias deverão ser progressivamente reabsorvidas.
"Acho que a perspectiva mais provável é de que a atividade se recupere no segundo semestre deste ano e ganhe velocidade no próximo ano", afirmou, no último dia 20.
As perspectivas moderadamente positivas também encontraram lugar na avaliação do secretário norte-americano do Tesouro, Henry Paulson: no mês passado, ele considerou que a crise financeira em curso nos EUA (que tem em sua raiz a crise no setor imobiliário e que afetou os mercados financeiros nos últimos meses) está mais perto do fim que de seu começo.
"Na minha opinião, estamos mais próximos do fim que do começo dos problemas financeiros", afirmou Paulson durante pronunciamento em Washington. "No futuro, espero que os mercados financeiros reajam menos às recentes perturbações e mais às condições econômicas em geral, sobretudo, à recuperação do setor imobiliário", completou.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 0,9% no primeiro trimestre, após a revisão feita pelo Departamento do Comércio. O dado anterior mostrou um crescimento de apenas 0,6%, mesmo do quarto trimestre do ano passado.
Segundo a Associação Nacional de Economistas Empresariais (Nabe), a economia americana deve registrar uma expansão de apenas 0,4% no segundo trimestre. Para o terceiro, no entanto, as previsões são de um crescimento de 2,2%, refletindo os efeitos dos cortes de juros efetuados pelo Fed até o momento - em abril, o banco fez o sétimo corte na taxa, reduzindo-a para 2% ao ano.