Roma - No discurso de abertura da Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará uma defesa do etanol e dos biocombustíveis. "O presidente vai defender o etanol como uma saída importante para o mundo do ponto de vista de deter mudanças climáticas, diminuir o aquecimento global, dar cumprimento às metas do Protocolo de Quioto. O etanol é um combustível limpo, que seqüestra carbono no crescimento da cana [de açúcar] e depois, quando é consumido, não produz CO2", disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins.
No discurso, Lula vai ainda reiterar a disposição brasileira de transferir a tecnologia de produção do etanol para alguns países da América do Sul, da África e do Caribe. "Ele [Lula] vai defender isso tudo como uma possibilidade de geração de renda, de emprego para os países que possuem terra, sol e água para produzir cana e etanol", comentou.
A responsabilidade pela alta no preço dos alimentos tem sido atribuída a dois fatores: o aumento no preço do petróleo nos últimos anos e os subsídios agrícolas da Europa e dos Estados Unidos. "O combate ao protecionismo e à inflação de alimentos advinda do petróleo são as grandes questões que têm de ser colocadas", comentou Franklin Martins. Segundo ele, as principais críticas contra o etanol vêm desses países. "Quem está contra o etanol? O lobby da indústria do petróleo e o lobby da indústria viciada em subsídio na Europa e nos Estados Unidos", afirmou.
Lula chegou neste sábado (31/05) a Roma (Itália) para participar da conferência, que começa na terça-feira e tem como tema a Segurança Alimentar, Mudanças Climáticas e Bioenergia. Até segunda-feira, ele não tem compromissos oficiais em sua agenda.