São Paulo - O crescimento da economia, com aumento dos investimentos das empresas e reajustes do salário mínimo acima da inflação, é o principal fator para justificar o desemprego de 14,2% em abril registrado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na região metropolitana de São Paulo. Essa foi a menor taxa para o mês desde 1995.
A afirmação é do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, ao comentar o resultado da pesquisa de emprego e desemprego divulgada na última quarta feira (28) pelo Dieese e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Para ele, o crescimento do crédito e da transferência de renda para os mais pobres também contribuíram para a queda na proporção de desempregados.
;Tudo isso reflete no mercado de trabalho;, diz Ganz Lúcio. O diretor técnico espera para os próximos meses que a taxa de desemprego continue caindo. Segundo ele, neste período, normalmente o desemprego tende a aumentar, já que o número de pessoas em busca de trabalho deverá crescer.
Outra novidade é a busca mais intensa pela formalização do emprego. Em abril, 4,18 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo tinham carteira assinada no setor privado. Isso equivale a 46,5% do total de ocupados, a maior taxa de empregos formais desde abril de 1992, quando registrou 48%.
;É uma economia que tem estabilidade, inflação baixa, contas externas minimamente ajustadas. O que se espera para este ano, para o mercado de trabalho, é uma redução do desemprego;, disse Lúcio. O diretor técnico disse ainda que deve haver um maior incremento na massa de salário e uma maior procura das empresas por melhores profissionais, o que deve elevar também, o rendimento médio real dos empregados.
;Para o Brasil, isso é extremamente novo. Nunca tivemos uma situação dessa nos últimos 15 anos;, afirma o diretor técnico em relação à economia e ao mercado de trabalho.