Jornal Correio Braziliense

Economia

Dólar fecha a R$ 1,628, em baixa de 0,61%

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A confirmação do Brasil como país grau de investimento ainda teve efeitos sobre o mercado de câmbio nesta sexta-feira (30/05). A taxa de câmbio, que ontem caiu 1,08%, cedeu mais 0,61% hoje, descendo para R$ 1,628 (valor de venda), o menor preço desde 20 de janeiro de 1999. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 1,730 (venda), em declínio de 1,70%. A taxa de risco-país atinge 181 pontos, número 5,23% inferior à pontuação final de ontem. Ontem, a Fitch Ratings elevou a nota de risco de crédito do Brasil de "BB " para "BBB-", seguindo a iniciativa da agência Standard & Poor´s, que no final de abril foi a primeira a elevar o país a essa classificação. "Hoje, não teve outro motivo que não o anúncio da Fitch: todo mundo sabe que vai entrar mais dólares no país. Agora, não vai ser de uma hora para outra. Esse dinheiro vai entrar em ritmo moderado", comenta Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora Fourtrade. "E hoje é final de mês, quando o vencimento de Ptax, quando tem aquela velha disputa entre comprados e vendidos. E nós soubemos que muitas tesourarias venderam", acrescenta. Tipicamente, no último dia do mês, ocorre uma "disputa" entre agentes financeiros para influenciar a formação da Ptax, a taxa média de câmbio, que serve para a liquidação dos contratos futuros de dólar na BM (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Os chamados "vendidos" ganham quando o dólar cai, e os "comprados", quando a taxa sobe. Fundo soberano Outra notícia bastante aguardada pelo mercado financeiro foi revelada hoje pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o ministro, o governo realmente vai constituir o fundo soberano, a partir de uma economia adicional de 0,5% do PIB (soma das riquezas do país). Na prática, a medida eleva a meta de superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública). dos atuais 3,8% para 4,3%. Aumentar essa meta havia sido a recomendação de vários economistas para abater a dívida pública, controlar a inflação e acelerar a obtenção do status de grau de investimento. A medida, no entanto, ainda precisa ser aprovada no Congresso, o que pode ter limitado seu efeito sobre o mercado de câmbio. Em seu leilão diário de câmbio, o Banco Central aceitou ofertas por R$ 1,6292 (taxa de corte). Até ontem, o nível das reservas internacionais era de US$ US$ 197,298 bilhões. Juros futuros Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM), o mercado futuro de juros revisou para baixo as taxas projetadas para 2009, 2010 e 2011. No contrato de janeiro de 2009, a taxa projetada retraiu de 13,07% ao ano para 13,06%; no contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada cedeu de 14,24% para 14,16%; e no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 14,18% para 14,13%.