O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (29/05), em El Salvador, que o país "está colhendo aquilo que foi plantado pelo povo", ao comentar a concessão do grau de investimento pela segunda grande agência de classificação de risco, a Fitch, depois da Standard & Poor´s.
"Fico extremamente feliz quando recebo a notícia de que a segunda agência reconhece o Brasil como "investment grade´. No fundo, no fundo, no fundo, estamos colhendo aquilo que foi plantado pelo povo brasileiro, e acho que isso demonstra que quem trabalha com seriedade e muita objetividade termina vencendo, conquistando seus objetivos", afirmou.
Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o grau de investimento reforça a idéia de o Brasil criar o fundo soberano. "A decisão de criar o fundo já estava tomada. Agora, pode ser reforçada. Países que são grau de investimento têm mais condições de ter o fundo." Isso porque, quando se atinge essa classificação, aumenta o potencial de investidores que podem aplicar seus recursos no país. O maior fluxo de dólares permite que o governo compre moeda estrangeira para aplicar no exterior em projetos de interesse público.
"Vai ter um aumento substancial do número de investidores que vão poder colocar no Brasil sua carteira de investimento. São investidores de melhor qualidade e devem beneficiar empresas e famílias brasileiras", disse o presidente do BC, Henrique Meirelles.
Mantega creditou o anúncio ao aumento na arrecadação, que tem gerado gordas economias no setor público, mesmo quando se consideram os gastos com juros. "É pela solidez fiscal. Não é por acaso que a Fitch nos concede o "investment grade" um dia depois da apresentação do resultado fiscal do primeiro quadrimestre.".
"Pagamos nossas contas primárias e também financeira, reduzimos a dívida e ainda sobrou porque tivemos um superávit nominal [no período]." A área fiscal, administrada pelo Tesouro, subordinado à Fazenda, sofre crítica de analistas em razão dos gastos do governo.
Também na mira de críticas de políticos e empresários, mas pela alta dos juros, Meirelles comemorou o anúncio da Fitch defendendo a política monetária. "A principal razão para o Brasil conquistar "o investment grade" é a capacidade de crescer com estabilidade e isso precisa de previsibilidade, que é garantida pelo compromisso inequívoco com regime de metas de inflação", ressaltou, citando ainda o câmbio flutuante e o superávit primário.