Jornal Correio Braziliense

Economia

Indonésia anuncia que deixará Opep

;

A Indonésia vai abandonar a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), à qual se uniu em 1961, depois de anos de produção em declive, anunciou o ministro da Energia e de Recursos Minerais do país, Purnomo Yusgiantoro. A Indonésia é o único país do sudeste asiático que pertence ao cartel do petróleo, mas a queda de sua produção, desde 1995, transformou a nação em um importador de combustível. Os analistas acreditam que a retirada da Opep deve servir ao governo para dar-se conta da necessidade de investir na renovação de velhas infra-estruturas, e acusam governos passados de mal administração das riquezas de petróleo e gás do país. A Indonésia poderia regressar ao cartel, no entanto, se sua produção voltar a subir, alcançando os níveis desejados, precisou o ministro da Energia. Enquanto outros membros da Opep conseguiram importantes lucros com os altos preços do petróleo, a Indonésia não conseguiu tirar proveito de seus 4,37 bilhões de barris de reservas provadas. Manifestações se multiplicam no país desde o anúncio na sexta-feira de um aumento de cerca de 30% dos preços dos combustíveis em razão da redução das subvenções governamentais, o que atinge os mais pobres, vítimas também do aumento dos preços dos alimentos. A produção atual é de 1 milhão de barris/dia (bd), abaixo do limite imposto ao país pela Opep. Para 2008, o governo reduziu as previsões de vendas a 927.000 barris por dia, contra 1,034 milhão antes. Fundada em 1960 em Bagdá para responder à baixa das cotações na época, a Opep reúne 13 membros. Além da Indonésia, conta com Argélia, Angola, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Irã, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar, Equador e Venezuela.