Jornal Correio Braziliense

Economia

Protestos contra preços de combustíveis continuam

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Os protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis se intensificaram nesta quarta-feira (28/05), com novos atos de agricultores e pescadores, que se espalham pela Europa, e novas manifestações na Indonésia. Na Espanha, pescadores da região das Astúrias e da Galícia (norte do país) fecharam o tráfego em uma ponte que une cidades das duas regiões nesta quarta-feira. Os profissionais colocaram fogo em pneus e impediram o trânsito durante 15 minutos. A principal organização patronal de pesca da Espanha, a Cepesca, convocou uma "greve ilimitada" para a próxima sexta-feira, dia previsto para uma manifestação de pescadores em Madri. Pequenos pescadores já estão paralisados nos portos de Barcelona, Port de la Selva e Vilanova (nordeste), de acordo com uma agremiação. Paralelamente, pescadores não foram ao mar na Andaluzia (sul). Os pescadores multiplicaram suas ações, apesar dos sinais de divisão em um movimento submetido à pressão crescente dos distribuidores e da justiça. Eles se reuniram no oeste do país e despejaram três toneladas de peixe na calçada. Em Perpignan (sul da França), cerca de cinqüenta pescadores distribuíram frutos do mar às pessoas. Os pescadores portugueses, que se reuniram durante o dia com seu ministro, também deverão dar início a uma greve por tempo indeterminado na sexta-feira. Segundo um representante dos pescadores, a paralisia do setor deverá ser "total", à exceção dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, onde o preço dos combustíveis é mais baixo. Na Itália, as associações de pescadores se reunirão durante o dia para decidir pelo início ou não de uma greve na sexta-feira. Na França, um agricultor e um policial ficaram levemente feridos depois que as forças de segurança retiraram agricultores que bloqueavam o depósito petrolífero de Frontignan (sul da França), utilizando bombas de gás lacrimogêneo. Dezenas de agricultores, dos quais alguns puxavam um trator com uma corda, protestaram nas ruas do centro de Lille (norte francês). Movimentos de caminhoneiros também foram registrados em Bulgária e Holanda. Subsídios Taiwan e Índia poderão baixar seus subsídios aos combustíveis, o que deixará os preços mais altos para o consumidor. Na Indonésia, foi exatamente um aumento de cerca de 30% nos combustíveis, em razão da redução dos subsídios do governo, que gerou movimentos de insatisfação. Nesta quarta-feira, na ilha de Sumatra, estudantes tentaram sem sucesso furar uma barreira policial para bloquear o comboio do vice-presidente Jusuf Kalla, enquanto que em Surabaya, uma das maiores cidades do país, centenas de estudantes e pescadores bloquearam uma estrada e interceptaram um caminhão que transportava querosene. Advogados apresentaram à justiça uma ação coletiva contra o presidente Yudhoyono, "em nome do povo", para obter milhões de dólares com o objetivo de compensar a alta dos combustíveis. Disparada O preço do barril do petróleo - tanto o de referência na Europa quanto o dos Estados Unidos - chegou ao patamar recorde de US$ 135 na semana passada. A cotação chegou a desacelerar no início desta semana, com os analistas à espera de uma queda na demanda, mas ensaia recuperação nesta terça-feira. Na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), o contrato para entrega em julho era cotado a US$ 131,38 às 14h57 (horário de Brasília), em alta de US$ 2,53 em relação ao fechamento de ontem. Na última quinta-feira (22/05), o cru cotado em Nova York alcançou um nível histórico durante a sessão de quinta-feira, chegando a ser negociado a US$ 135,09, enquanto que em Londres o barril de Brent chegou a US$ 135,14.