Jornal Correio Braziliense

Economia

Crise dos EUA pode afetar a economia do Brasil, afirma Lula

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Em discurso no 20º Fórum Nacional, que ocorre esta semana na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, Lula destacou o aumento do peso dos países em desenvolvimento na economia mundial, e queixou-se da crise econômica iniciada nos Estados Unidos, que está afetando também a Europa. "De tempos em tempos, bolhas especulativas teimam em estourar e atrapalham a vida dos países em desenvolvimento. Isso não é justo, é algo que não podemos aceitar", afirmou. Segundo Lula, a crise dos Estados Unidos ainda pode vir a afetar o Brasil. Ele também queixou-se dos subsídios à agricultura e ao protecionismo no setor de alimentos, praticados por Estados Unidos e União Européia (UE), que considera principal obstáculo ao combate à fome mundial, e à inflação dos alimentos. Lula anunciou ainda que o Brasil promoverá um grande evento sobre biocombustíveis, inflação dos alimentos e meio ambiente em novembro deste ano, em São Paulo. Crise dos alimentos O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a classificar como uma oportunidade para o Brasil, e não um risco, o aumento do consumo de alimentos no mundo que está elevando o preço desses produtos no cenário mundial. "Neste novo mundo, os mais pobres estão comendo o que antes não podiam comer", disse. "Há mais chineses, indianos, africanos, latino-americanos comendo. Isso não tem volta", declarou. Para Lula, "pode estar aí o começo de um novo mundo nos trópicos". Ele lembrou que o Brasil é produtor de alimentos, e também ressaltou o etanol como combustível limpo e que não prejudica a oferta de alimentos. De acordo com Lula, o Brasil não teme o debate a esse respeito. O presidente comentou que vai à Roma, na semana que vem, participar de evento do órgão das Nações Unidas para alimentação e agricultura, a FAO (na sigla em inglês), "para falar sobre nossa experiência bem sucedida da produção simultânea de alimentos e de etanol". De acordo com Lula, está chegando ao fim o comércio global puxado apenas pelo mercado americano.