Nem a valorização das ações da Petrobras conseguiu impedir que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrasse este pregão de véspera de feriado em terreno negativo. Em um dia tenso pela disparada das cotações do petróleo, os investidores optaram por realizar lucros (vender ações em alta para embolsar ganhos).
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, desvalorizou 1,66%, para os 72.294 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,55 bilhões, pouco acima da média do volume diário deste mês (R$ 7,2 bilhões, até ontem).
Juntas, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras responderam por mais de 30% do giro total da Bovespa. Somente a ação preferencial foi alvo de R$ 1,80 bilhão em negócios e teve alta de 1,64%, para R$ 52,51, nesta quarta-feira. A ação preferencial da Vale do Rio Doce, outro papel de bastante peso no mercado, cedeu 2,88%, para R$ 56,90, com movimento de R$ 630 milhões.
O dólar comercial foi trocado por R$ 1,658 na venda, em alta de 0,48%. A taxa de risco-país atinge 208 pontos, número 0,48% superior à pontuação final de ontem.
EUA e Europa
Em Nova York, preocupações com o fornecimento e a desvalorização do dólar empurraram o barril do petróleo para o novo patamar histórico de US$ 133 nesta quarta-feira. Especialistas do setor já projetam a cotação em US$ 141 no segundo semestre. Analistas também citaram a ata do Federal Reserve (o banco central americano), que rebaixou as projeções de crescimento econômico, como um dos motivos que derrubaram os mercados nesta jornada.
Na Europa, as principais Bolsas de Valores concluíram os negócios em direções distintas, a exemplo de Londres (alta de 0,10%) e Frankfurt (recuo de 1,09%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 1,77%. Entre as principais notícias do dia, a ata do Fed revelou que a autoridade monetária dos EUA está "relutante" em reduzir mais uma vez os juros básicos (hoje em 2,25% ao ano) e que já conta com um recuperação, ainda que modesta, para o segundo semestre.
O que pesou no ambiente de negócios, no entanto, foi o rebaixamento das projeções de crescimento dos EUA. A autoridade monetária americana estimou um incremento do PIB entre 0,3% e 1,2% para este ano. Em janeiro, as estimativas oscilavam entre 1,3% e 2%.
O Departamento de Energia dos EUA divulgou que as reservas de petróleo sofreram decréscimo de 5,4 milhões de barris na semana, para um total de 320,4 milhões de unidades. Analistas do setor financeiro contavam com um aumento de 1 milhão de barris para o período.
Queda no desemprego
Pela manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a taxa de desemprego foi de 8,5% em abril, a menor para este mês desde o início da série histórica. A economista Zeina Latif, do banco Real, em comentário sobre a taxa de desemprego, ressaltou que o número pode indicar uma moderação no crescimento da renda pessoal mais adiante. "Por conseqüência, nós acreditamos que provavelmente essa moderação (...) deve exercer um papel significativo na restrição do consumo assim como na inflação futura".