A oferta de vagas na educação profissional ainda está muito abaixo da procura, aponta a pesquisa Juventude e Políticas Sociais no Brasil, divulgada nesta terça-feira (20/05) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o estudo, apenas 11 4% da demanda potencial foi atendida em 2006. Além de insuficiente, o relatório classifica a oferta como bastante concentrada e desigual.
Até 2005, apenas 17,2% dos municípios brasileiros contavam com cursos de educação técnica, sendo que um terço das matrículas centralizavam-se nas capitais. No Nordeste, a oferta ocorreu em apenas 8% dos municípios, em contraposição a 26,5% no Sudeste.
Os dados também evidenciam que quase metade das matrículas concentra-se na faixa etária de 18 a 24 anos e que a categoria denominada jovens responde por cerca de 80% desse total, destaca o texto. Para enfrentar o problema do acesso educação profissional, o relatória aponta o Plano da Educação Profissional e Tecnológica, iniciado em 2006.
Matrículas
Entre 2005 e 2006, o total de matrículas em cursos de educação profissional técnica de nível médio ampliou-se de cerca de 707 mil para quase 745 mil estudantes, cita o estudo. Recentemente, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou a construção de 150 escolas técnicas até 2010.
No ensino superior, a pesquisa aponta um crescimento de 117% na taxa de freqüência líquida entre 1996 e 2006. Ainda assim, o patamar atingido ainda se encontra muito aquém do desejado na comparação com os demais países latino-americanos, diz o documento. Em 2003, a taxa de freqüência bruta na população de 20 a 24 anos era de 60% na Argentina, 38,6% na Bolívia e 22,7% no Brasil.
As desigualdades de acesso ao ensino superior também aparecem em um recorte regional e econômico. Entre os jovens de 18 a 24 anos que têm redimentos mensais per capita de até um salário mínimo, a taxa de freqüência é de 4,7%, enquanto entre os que se encontram na faixa de até cinco salários o índice sobe para 59 8%.