O presidente da Suez, Maurício Bähr, disse nesta terça-feira (20/05) que a antecipação do funcionamento da usina de Jirau, no rio Madeira, vai gerar uma arrecadação extra de R$ 3,7 bilhões para o consórcio liderado pela empresa.
O grupo - que tem ainda Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf - venceu ontem o leilão para a construção da usina. O cronograma da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) previa o início da operação da usina para 2013, mas o grupo anunciou a intenção de antecipar a geração para março de 2012. Na sexta-feira passada, o consórcio fez uma espécie de pré-leilão para sondar compradores do mercado livre (indústrias, shoppings e supermercados que comprar energia direto da usina). O grupo venderá 30% do total de energia gerada na usina para esse mercado.
De acordo com Bähr, apesar de não ter sido assinado nenhum contrato, os compradores mostraram estar dispostos a pagar entre R$ 130/MWh e R$ 140/MWh. Para o consumidor comum, o preço final ficou em R$ 71,37/MWh.
"Começaremos agora a negociar com cada participante. O leilão é um termômetro do mercado, não há compromisso de venda", disse Bähr, durante teleconferência com analistas de mercado.
Para o presidente, a intenção é aumentar ainda mais o valor da energia para o mercado livre no ano de 2012 quando, segundo ele, existem poucos empreendimentos com energia disponível para o mercado livre neste ano. "Em 2012 há uma falta de energia, então poderemos alcançar preços maiores do que esse", afirmou. *Tractebel* Bähr disse ainda que a obra só será repassada para a Tractebel, empresa do grupo Suez, quando os riscos do empreendimento forem minimizados. A Tractebel tem ações no novo mercado da Bovespa.
"Isso só ocorrerá quando o risco tiver sido mitigado. Não há porque ter preocupações", completou. Ontem, as ações da Tractebel caíram logo após o anúncio do resultado do leilão.