Jornal Correio Braziliense

Economia

Ações de mineradoras derrubam bolsas européias; Londres cai 2,9%

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As Bolsas européias fecharam em baixa nesta terça-feira (20/05), com destaque para as perdas na Bolsa de Londres, que despencou 2,9%. As vendas de papéis do setor de mineração, o indicador de inflação no atacado divulgado hoje nos EUA e o petróleo perto dos US$ 130 derrubaram o ânimo dos investidores. O índice FTSE 100, da Bolsa britânica, fechou com 6.191,60 pontos hoje. Foi a maior perda em uma sessão desde março. Ontem, o índice fechou em alta de 1,99%. A Bolsa de Londres já subiu 14% desde 17 de março, mas no ano está em baixa de 4%. "Uma pausa para respirar era inevitável", disse à agência de notícias Reuters o chefe da divisão de títulos para o Reino Unido da Hargreaves Lansdown Stockbrokers, Richard Hunter. A Bolsa de Paris caiu 1,70%, para 5.054,88 pontos; a Bolsa de Frankfurt recuou 1,49%, para 7.118,50 pontos; a Bolsa de Amsterdã perdeu 1,78%, fechando com 487,27 pontos; a Bolsa de Milão perdeu 25.502 pontos; e a Bolsa de Zurique teve baixa de 1,96%, fechando com 7.626,58 pontos. Entre os papéis do setor de mineração, os que mais caíram foram os da Antofagasta, BHP Billiton, Rio Tinto, Anglo American, Xstrata, Vedanta Resources, Kazakhmys, Lonmin e Eurasian Natural Resources, com perdas entre 4,5% e 7,9%. "Ninguém contesta que a trajetória de longo prazo (das mineradoras) permanece intacta, mas há uma preocupação de que elas possam ter ido longe demais", disse Hunter. EUA As bolsas americanas também perdem hoje. O Departamento do Trabalho informou que o PPI (Índice de Preços ao Produtor, na sigla em inglês) subiu 0,2% em abril, contra um avanço de 1,1% em março. O núcleo dos preços (que exclui as categorias de alimentos e energia), no entanto, teve alta de 0,4% --o dobro do previsto pelos analistas. Além disso, o petróleo cravou nova marca recorde hoje, chegando a US$ 129,60. A proximidade do fim do contrato de junho (que expira hoje) favorece a volatilidade, mas os fatores de maior influência --como a desvalorização do dólar e os temores de uma escassez de oferta-- continuam a afetar as cotações. A preocupação entre os investidores é de que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) possa retomar a política de elevação dos juros no momento em que a economia americana patina, com crescimento de apenas 0,6% nos dois últimos trimestres, e em que o risco de uma recessão não está totalmente afastado pelos economistas. No mês passado, o banco reduziu sua taxa de juros para 2% ao ano (no sétimo corte consecutivo desde setembro de 2007), mas assinalou preocupações com o controle da inflação. Petróleo As ações das petrolíferas também caíram hoje, com destaque para as da BP (British Petroleum) e da Royal Dutch Shell, com perdas de cerca de 2%. Caíram ainda as ações do setor bancário, com destaque para as do Standard Chartered (-2,6%), HSBC (-2,3%) e Lloyds TSB (-1,4%). Os papéis do Barclays caíram 1,8%, depois que o diário "The Daily Telegraph" informou que o banco pretende fazer uma oferta por um rival. Outras perdas do dia na Bolsa londrina foram as das ações da Marks & Spencer (-5%) e da Imperial Tobacco (-6,2%). Já as da British Land ( 1,1%) e da Mitchells & Butlers ( 4,3%) fecharam em alta.