Jornal Correio Braziliense

Economia

Receita Federal pede a Planejamento criação de 2,7 mil vagas

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A Receita Federal do Brasil já encaminhou ao Ministério do Planejamento protocolo que solicita a autorização para abertura de novo concurso público. A demanda é pelos cargos de auditor e analista tributário - ambos de nível superior. O pedido inicial é de 700 e 1.000 vagas, respectivamente, fora outras mil para carreiras administrativas do Ministério da Fazenda. O coordenador-geral de Gestão de Pessoas da Receita, Moacir das Dores, explica que não há qualquer garantia de que a demanda por funcionários seja atendida. "Vamos sentar para apresentar nossas necessidades ao Ministério. Esse número é apenas um começo das negociações", explica. Segundo ele, o órgão conta hoje com pouco mais de 12 mil auditores na ativa, apesar da demanda por 20 mil profissionais. "Não seria possível preencher todos estes postos de uma vez por restrições orçamentárias. Mas queremos ao longo dos próximos seis ou sete anos, contratar aproximadamente quatro mil auditores", revela. A fusão com a Receita Previdenciária e o incremento nas movimentações do comércio exterior brasileiro são apontadas por Moacir das Dores como fatores que explicam o aumento na demanda por pessoal no órgão. "No ano que vem, projetamos que cerca de 350 auditores se aposentem. É preciso contratar gente para continuar desempenhando essas funções", acrescenta. Futuro como servidor Para quem sonha com uma carreira no funcionalismo público, o concurso para auditor da Receita desponta como uma das melhores e mais difíceis oportunidades. Pelo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) vigente hoje, o posto oferece remuneração inicial de R$ 10.155 para o servidor em início de atividade. E a perspectiva é que este polpudo salário fique ainda mais atraente ainda este ano. Até julho, é possível que o governo mude a forma de pagamento dos servidores da Receita, que deixariam de ganhar remuneração para receber subsídio. Neste caso, os auditores passariam a ter ganhos mensais de quase R$ 15 mil. Já os analistas, que hoje recebem R$ 5.299, veriam o contracheque engordar até R$ 7 mil. A conversão agilizaria também a concessão de aposentadorias para quem está na ativa, uma vez que não seria necessário cumprir carência adicional para preservar as gratificações. "Com o fim das gratificações, o desempenho será usado para definir a progressão dos servidores na carreira", antecipa Moacir das Dores. A Escola Superior de Agentes Fazendários (Esaf) já está definida, como de costume, para conduzir a seleção dos novos funcionários. Detalhes do edital, como conteúdo programático e distribuição das vagas, serão definidos internamente pela Receita.