O diretor-executivo da agência de classificação de risco Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, afirmou que uma eventual decisão do governo de elevar o superávit primário pode tornar mais rápida a concessão do grau de investimento pela empresa internacional.
"Se o governo vem a público e anuncia que o superávit primário vai subir 0,50 ou 0 75 ponto porcentual seria positivo para acelerar a concessão (do grau de investimento)", comentou. Outra importante agência, a Standard & Poor's, elevou o País para grau de investimento em 30 de abril
Segundo Guedes, o aumento desta poupança do Orçamento, sem levar em consideração gastos com juros, cuja meta é de 3,8% do Produto Interno Bruto para este ano, é favorável para qualquer governo e seria benéfica para o País, pois atacaria um dos principais obstáculos à redução da dívida pública bruta, que está ao redor de 64% do PIB
Para ele, o crescimento vigoroso da economia mantido no longo prazo também seria bom para aumentar a velocidade de concessão de grau de investimento pela Fitch. "O Brasil é um País que cresce pouco porque investe pouco, num patamar ao redor de 18% do PIB. O nível de crescimento subiu, é verdade. Mas é inferior ao registrado por outros países que registram níveis de expansão de 6%, 7%, pois investem de 22% a 25% do PIB", afirmou
Rafael Guedes ressaltou que os fortes boatos registrados pelo mercado desde a semana passada de que a Fitch está prestes a conceder o grau de investimento ao Brasil são "rumores da mídia e a Fitch não comenta nenhum rumor". Ele destacou que a agência internacional colocou a nota soberana em reavaliação e que a perspectiva do País é estável, o que não indica a iminência da alteração da nota "BB ". Para atingir a primeira nota que corresponde grau de investimento, o Brasil precisará atingir a avaliação "BBB-"