O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (19/05), durante o programa de rádio "Café com o Presidente", que o governo "vai fazer o esforço que tiver que fazer para evitar que a inflação volte".
Lula lembrou que a inflação representa "um mal muito grande" para os trabalhadores e para a economia brasileira. No entanto, descartou a possibilidade de que o estímulo ao setor produtivo possa provocar aumentos.
Segundo o presidente, a meta é que a atual inflação - de cerca de 4,5% - possa variar entre dois pontos para mais e dois para menos. Ele ressaltou, no entanto, que o controle da inflação não é dever apenas do Estado.
"[Controlar] a inflação é uma obrigação de todo brasileiro, de cuidar para que ela não aconteça. É do trabalhador que compra, da dona de casa que compra, do empresário que produz, do atacadista que vende, do varejista e do governo. Todos precisam se preocupar com a inflação, porque ela é um mal muito grande para o país e para as pessoas que vivem de salário", disse.
Lula destacou ainda que, caso a disposição da população de comprar e as condições de compra sejam maiores do que a capacidade do país de produzir, "vamos ter inflação". "Tem muito investimento. Por isso que nós estamos muito otimistas de que vamos manter a inflação baixa. O Brasil vai crescer de forma sustentável durante um longo período".
Investimentos
O presidente ressaltou o compromisso do governo federal de, até 2010, contribuir para que o Brasil cresça de forma sustentável. A saída, segundo ele, é ampliar os investimentos, inovar e aumentar as exportações nos três principais eixos da política industrial e também as metas que, segundo o presidente, o governo federal se comprometeu a cumprir.
"[Investir] Por exemplo, no setor interno de bens de capital [indústria de máquinas e equipamentos para a indústria], o que significa renovar a capacidade produtiva de uma empresa e ao mesmo tempo incentivar as exportações brasileiras. E também aumentar em 10% a exportação de microempresas no Brasil", afirmou Lula.
Dentre as ações previstas está a ampliação da taxa de investimento do PIB (Produto Interno Bruto), passando dos atuais 17,6% para 21%, até 2010, além de aumentar os investimentos em pesquisas e desenvolvimento para 0,75%.
"Os empresários se colocaram de acordo, os trabalhadores foram ouvidos e se colocaram de acordo, o governo todo, de forma unânime, se coloca de acordo, mas sabe que a perfeição de um programa como esse vai acontecendo na medida em que ele vai entrando em funcionamento."