A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) reforçou a segurança para o leilão da usina de Jirau, no Rio Madeira, marcado para a próxima segunda-feira (19/05). Depois de manifestantes terem invadido o prédio da agência no leilão de Santo Antônio - primeira usina do complexo do Madeira, que foi leiloada em dezembro do ano passado - a agência dobrou o número de seguranças particulares de 15 para 30.
A Aneel pediu ainda reforço da Polícia Militar, que começará as rondas nas proximidades da agência já no domingo. Por questão de segurança, a agência não divulgou o número de policiais que farão a segurança do evento. O leilão de Jirau custará cerca de R$ 1 milhão, R$ 400 milhões a menos do que o pago no primeiro leilão. Isso porque a Aneel aproveitou parte da estrutura montada para o leilão de Santo Antônio, como computadores e softwares. O custo será repartido entre os participantes do leilão.
A agência montou para o leilão uma estrutura que ocupa quase metade de sua sede. Os competidores ficarão em salas isoladas de onde não poderão fazer qualquer tipo de contato com o exterior. No domingo, policiais federais farão uma varredura na sala para certificar que não há escutas telefônicas ou invasões à rede e lacrarão cada uma delas. Na sala, os competidores terão à disposição computadores ligados unicamente a uma rede construída para a licitação, de onde farão os lances. O leilão poderá ter até três fases.
Na primeira, os participantes poderão dar qualquer lance, desde que abaixo do teto fixado em R$ 91/MWh. Se a diferença entre os dois lances for menor do que 5% --apenas dois consórcios participarão da disputa-- o leilão terá uma segunda fase.
Nessa etapa, os lances são gerados pelo computador e cabe ao proponente dizer se aceita ou não o lance. Caso nenhum dos dois aceite um lance, a disputa terá uma terceira etapa, na qual o menor lance oferecido é o vencedor. No caso de Santo Antônio, o leilão foi encerrado já na primeira etapa, sete minutos depois do início do leilão. Na ocasião, o consórcio liderado pela Odebrecht deu lance de R$ 78,9/ MWh, valor 35% menor do que o preço teto.
Se inscreveram para participar do leilão os consórcios Jirau Energia --com Furnas Centrais Elétricas (39%), Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura (17,6%), Construtora Norberto Odebrecht (1%), Andrade Gutierrez Participações (12,4%), Cemig Geração e Transmissão (10%) e Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia II, formado pelos bancos Banif e Santander, (20%)-- e Energia Sustentável do Brasil --com Suez Energy (50,1%), Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (9,9%), Eletrosul Centrais Elétricas (20%) e Chesf (20%).
A disputa será a partir das 14h, na sede da Aneel. A usina de Jirau terá capacidade para gerar 3.300 MW e entrará em funcionamento em 2013.