O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, afirmou nesta quinta-feira (15/05) em Bruxelas que o pior da crise financeira surgida nos Estados Unidos já passou, mas que seus efeitos continuarão sendo percebidos na economia durante vários trimestres.
"Há boas razões para pensar que as instituições financeiras deram conhecimento sobre o essencial [dos prejuízos], sobretudo nos Estados Unidos (...) Portanto, o pior já passou", disse Strauss-Kahn na comissão de Assuntos Econômicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
"Porém, o principal problema é a relação entre a crise financeira e a economia real, e isto não passou", acrescentou o diretor do FMI ao considerar que a crise ainda será sentida sobre a atividade econômica "durante vários trimestres".
Nesta quarta-feira (14/05), Strauss-Kahn afirmou que a economia global deve permanecer na atual situação de desaceleração, sem sinais de recuperação antes de 2009. Segundo ele, uma "parte grande" da crise atual "provavelmente" já passou, mas a desaceleração da economia mundial não deve ser revertida antes do próximo ano.
A atual crise financeira, que vem afetando a economia mundial, teve início no ano passado, quando o aumento da inadimplência nas hipotecas de risco (chamadas de "subprime") nos EUA acarretou prejuízos de bilhões de dólares a bancos no mundo todo, derrubando também os mercados de ações mundiais. Nos EUA, a economia vem sentindo o efeito da crise e crescido apenas 0,6% nos dois últimos trimestres.
Na última terça-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, disse que as turbulências nos mercados financeiros dos últimos meses estão se normalizando, mas a situação ainda "está muito longe de ser normal".