O lucro do Banco do Brasil - que subiu 66,6% no primeiro trimestre deste ano e atingiu R$ 2,347 bilhões - foi inflado com uma série de eventos extraordinários. Somados, eles aumentaram o lucro em R$ 789 milhões.
Impactaram positivamente no resultado do banco estatal a venda de participação da Visa Internacional durante o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) da empresa (R$ 232 milhões), a reavaliação das participações (R$ 241 milhões), o trabalho de eficiência tributária (R$ 302 milhões) e a cessão de créditos (R$ 67 milhões).
Por outro lado, impactou negativamente em R$ 54 milhões uma nova provisão contra ações geradas por planos econômicos --como, por exemplo, as recentes atualizações de rendimentos da poupança devido a mudanças nos planos econômicos Bresser e Verão.
Sem eventos
Sem esses eventos extraordinários, o lucro do banco no primeiro trimestre teria sido de R$ 1,559 bilhão.
No caso da reavaliação de participações, o banco deixou de fazer apenas a equivalência patrimonial (ou seja, apenas incluir no lucro a parte que lhe cabe de cada empresa que tem participação) para incluir também sua parte dos ativos, passivos, receitas e despesas.
"Tivemos a orientação do Banco Central para fazer isso", comentou o vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações de Investidores do banco, Aldo Luis Mendes, durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre. "A maioria [dos bancos] já fazia isso."
Com isso, entram de vez no balanço do BB as suas subsidiárias --como o banco de investimentos BBDTVM, o Banco Popular do Brasil e a seguradora Brasilprev-- e empresas onde possui participações --como a fabricante de softwares Cobra, a Visavale e a Visanet.