Dez mil trabalhadores rurais estão em Brasília para cobrar uma resposta do governo federal sobre a pauta de reivindicações entregue ao Planalto no mês passado. São agricultores de todos os estados brasileiros esperando que o presidente Lula endosse a maior parte dos 72 itens apresentados na pauta. Entre os tópicos estão melhorias na política habitacional, ampliação do crédito agrícola, reforma agrária, criação de uma política de empregos no campo e acesso ao sistema público de saúde.
Em um discurso sintonizado com o dos manifestantes, o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Ercílio, demonstrou otimismo com a resposta do governo. "São os agricultores os responsáveis pelo abastecimento do país. Em meio a uma crise internacional dos alimentos, esperamos sensibilizar as autoridades", avalia.
Na manhã desta terça-feira os trabalhadores partiram em caminhada desde o Mané Garrincha, onde estão acampados, até o Congresso Nacional. Dezenas de policiais e bombeiros acompanharam o trajeto. Três faixas do eixo monumental foram interditadas para a passagem dos manifestantes. Com isso, um grande engarrafamento se formou até a Rodoferroviária.
O policiamento foi reforçado na chegada ao Congresso porque o presidente Lula recebia no momento, o primeiro ministro da Áustria Alfred Gusenbauer, no Palácio do Itamaraty, ao lado da manifestação.
Os transtornos para os motoristas devem continuar nesta quarta-feira, já que os trabalhadores farão uma nova passeata a partir das 8h. O mesmo esquema montado no trânsito deve ser repetido no segundo, e último, dia de protesto.