O preço da farinha de trigo subiu 10,91% na primeira prévia de maio, conforme levantamento divulgado hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), por meio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). A alta, além de superar a variação de 7,46% do fim de abril, foi a mais expressiva desde a primeira leitura de dezembro de 2002, quando o item avançou 13,15%
O trigo é um dos maiores exemplos do impacto que as matérias-primas internacionais estão trazendo à inflação. Este ano, a Argentina - maior fornecedor do produto para o Brasil - vem restringindo as vendas do trigo ao exterior para evitar o aumento de preços de produtos básicos no país, como pão e a farinha. Com este obstáculo, o Brasil vem sendo obrigado a comprar uma maior quantidade de trigo de outros países, como Estados Unidos e Canadá, onde o preço é mais caro e o frete encarece o produto
De acordo com o coordenador do IPC, Márcio Nakane, a farinha de trigo tem peso irrelevante na composição da inflação paulistana. Segundo ele, há, no entanto, um "impacto indireto" que pode ser notado em outros alimentos importantes na mesa do consumidor
Pão francês
O maior deles pode ser observado no pão francês, que subiu 7,6% na primeira prévia de maio. No período, o item, que tem peso elevado na formação do IPC, representou, sozinho, 0,09 ponto porcentual da inflação total de 0,68%
Para Nakane, há, entretanto, uma expectativa de "acomodação" do preço do pão nos próximos levantamentos da Fipe. Um exemplo desta tendência pôde ser notado na comparação com a alta verificada no fechamento de abril, quando o item subiu 8,87% e representou 0,11 ponto porcentual do IPC de 0,54%