Os auditores-fiscais da Receita Federal decidiram suspender a paralisação iniciada em março e retornar ao trabalho a partir de segunda-feira. A maioria das assembléias estaduais decidiu acatar o indicativo do comando nacional, que pedia o fim do movimento. Até o início da noite, apenas São Paulo não havia informado o saldo da apuração dos votos. No Distrito Federal, os servidores concordaram em retomar as atividades.
O Unafisco, sindicato que representa a categoria, informou que a greve permanecerá suspensa até 1º de junho. Até lá, a entidade espera continuar negociando com o governo federal itens da pauta de reivindicações que ficaram em aberto. Os trabalhadores exigem, por exemplo, que o Ministério do Planejamento antecipe as datas de vigência dos reajustes programados até 2010 e que o governo melhore a proposta financeira. Os auditores farão reavaliações semanais sobre o andamento das negociações.
O governo, no entanto, já avisou ser impossível mexer na oferta apresentada há 15 dias. Pelo acordo, que ainda não tem data para ser assinado, auditores em início e fim de carreira terão seus salários reajustados em cerca de 40%. A Secretaria de Recursos Humanos (SRH) também concordou em retirar do texto as mudanças no sistema de avaliação de desempenho, necessárias para promoção e progressão na carreira.
Em outra frente, os trabalhadores vão tentar convencer o governo a desistir do corte de ponto, mas isso o Ministério do Planejamento avisa que não abre mão. O ministro Paulo Bernardo disse esta semana que o desconto das faltas incidirá sobre os contracheques de maio ; com pagamento em junho. Bernardo concorda apenas em parcelar os descontos, mas não anistiar as faltas.
Com o fim da greve, o trabalho acumulado em portos e aeroportos do país não deverá ser normalizado tão cedo. Exportadores e importadores reclamam que o acúmulo de mercadorias é tão grande que só será possível desafogar as alfândegas dentro de um ou dois meses. A paralisação dos auditores comprometeu parte do comércio exterior, mas não a arrecadação de impostos. Por causa disso, o governo acusa a categoria de prejudicar a sociedade.