As Bolsas americanas fecharam em forte baixa nesta quarta-feira (7/05), ante a inquietude dos investidores com os sucessivos recordes do petróleo. O indicador negativo do mercado imobiliário também afetou os negócios.
O índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês), caiu 1,59%, a 12.814,35 pontos, enquanto o índice de alto componente tecnológico Nasdaq desvalorizou 1,80%, encerrando a 2.438,49 pontos.
O seletivo S 500, que mede o rendimento das 500 principais empresas que cotam na Bolsa de Nova York, fechou em baixa de 1,81%, até 1.392,57 pontos.
A disparada do petróleo, que atingiu o quarto recorde consecutivo em NY, afetou a confiança dos investidores nesta quarta-feira, que viram no dado um novo risco para os gastos dos consumidores.
Na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), o contrato do barril de petróleo cru para entrega em junho fechou cotado a US$ 123,53, em alta de 1,39% em relação ao fechamento de ontem.
A cotação subiu a despeito do aumento das reservas de petróleo nos Estados Unidos em 5,7 milhões de barris na semana passada, segundo divulgou hoje o Departamento de Energia. A maior parte dos analistas esperava um aumento de mais de dois milhões de barris nos estoques desta commodity. Segundo o governo americano, com este aumento de 1,82%, as reservas de petróleo estavam dentro da média desta época do ano.
O mercado imobiliário também segue como motivo de preocupação. A NAR (Associação Nacional de Corretores de Imóveis, na sigla em inglês) informou, nesta quarta-feira, que as vendas pendentes de imóveis nos EUA em março atingiram o menor nível já registrado desde que o índice para esse segmento foi criado em 2001.
O indicador atingiu 83 pontos naquele mês, um recuo de 1% em relação ao resultado de fevereiro, quando o índice caiu para 83,8 pontos. O dado de fevereiro já havia marcado o menor resultado da série histórica da NAR.
Além disso, o presidente do Federal Reserve de Kansas City (uma das 12 divisões regionais do Fed, o Banco Central americano), Thomas Hoenig, disse que a inflação está se tornando enraizada na economia e isso pode levar a um aumento significativo de juros. Ele sugeriu que o Fed pode não ter escolha a não ser elevar sua taxa de juros, no momento em que a economia começa a dar sinais de que está à beira de uma recessão.
"Uma forte desaceleração no crescimento deixou a economia à beira de uma recessão enquanto, ao mesmo tempo, a alta nos preços das commodities levaram as pressões inflacionárias a crescer consideravelmente", disse Hoenig.
O Fed iniciou um ciclo de cortes em setembro do ano passado, quando o sistema financeiro começou a sentir o impacto da crise no mercado de hipotecas de risco (chamado de "subprime"), uma conseqüência da crise que já vinha se desenvolvendo no mercado imobiliário. Foram sete cortes consecutivos até a última reunião, no dia 30 de abril. Os juros do Fed caíram, nesse período, de 5,25% para os atuais 2% ao ano.
Para Thomas Hoenig, a continuidade da política de cortes de juros pode "enfraquecer a disciplina do mercado" e aumentar os problemas de "risco moral" (de "salvar" investidores e instituições financeiras que se arriscaram em excesso com os empréstimos hipotecários de alto risco).