As Bolsas americanas operam em baixa nesta quarta-feira. O preço do petróleo, que passou hoje da marca dos US$ 123, cravando novo recorde, afetou a confiança dos investidores, que viram no dado um novo risco para os gastos dos consumidores. O indicador negativo do mercado imobiliário também afetou os negócios.
Às 15h15 (em Brasília), a Bolsa de Valores de Nova York estava em baixa de 0,66%, operando com 12.935,18 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), enquanto o S 500 caía 0,80%%, para 1.406,97 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 0,97%, indo para 2.459,33 pontos.
Na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), o contrato do barril de petróleo cru para entrega em junho subia US$ 1,19, para US$ 123,03. Pouco antes, a cotação atingiu recorde absoluto, aos US$ 123,36.
Ontem (6), o barril avançou 1,56% e fechou em recorde de US$ 121,84. Durante a sessão, no entanto, a commodity havia superado pela primeira vez a marca dos US$ 122.
As reservas de petróleo nos Estados Unidos tiveram um aumento de 5,7 milhões de barris na semana passada e alcançaram o total de 325,6 milhões, anunciou hoje o Departamento de Energia. A maior parte dos analistas esperava um aumento de mais de dois milhões de barris nos estoques desta commodity. Segundo o governo americano, com este aumento de 1,82%, as reservas de petróleo estavam dentro da média desta época do ano.
Hoje a NAR (Associação Nacional de Corretores de Imóveis, na sigla em inglês) informou que as vendas pendentes de imóveis nos EUA em março atingiram o menor nível já registrado desde que o índice para esse segmento foi criado em 2001: o indicador atingiu 83 pontos naquele mês, um recuo de 1% em relação ao resultado de fevereiro, quando o índice caiu para 83,8 pontos.
O dado de fevereiro já havia marcado o menor resultado da série histórica da NAR. Além disso, o presidente do Federal Reserve de Kansas City (uma das 12 divisões regionais do Fed, o BC americano), Thomas Hoenig, disse que a inflação está se tornando enraizada na economia e isso pode levar a um aumento significativo de juros. Ele sugeriu que o Fed pode não ter escolha a não ser elevar sua taxa de juros, no momento em que a economia começa a dar sinais de que está à beira de uma recessão.
"Uma forte desaceleração no crescimento deixou a economia à beira de uma recessão enquanto, ao mesmo tempo, a alta nos preços das commodities levaram as pressões inflacionárias a crescer consideravelmente", afirmou Hoenig.
O Fed iniciou um ciclo de cortes em setembro do ano passado, quando o sistema financeiro começou a sentir o impacto da crise no mercado de hipotecas de risco (chamado de "subprime"), uma conseqüência da crise que já vinha se desenvolvendo no mercado imobiliário. Foram sete cortes consecutivos até a última reunião, no dia 30 de abril. Os juros do Fed caíram, nesse período, de 5,25% para os atuais 2% ao ano. Para Hoenig, a continuidade da política de cortes de juros pode "enfraquecer a disciplina do mercado" e aumentar os problemas de "risco moral" (de "salvar" investidores e instituições financeiras que se arriscaram em excesso com os empréstimos hipotecários de alto risco).
"À medida em que a economia se recupera e as condições de crédito melhoram, no entanto, será necessário que o Fed remova a política de acomodação de modo oportuno."