O preço do petróleo registra alta nesta terça-feira, tendo avançado quase US$ 3 entre ontem e hoje. O barril cravou hoje um novo recorde, atingindo a marca de US$ 122,73 na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês).
Às 14h37 (em Brasília), o barril da commodity estava cotado a US$ 121,97 (alta de 1,67%) O preço mínimo atingido pelo barril hoje foi US$ 119,33. Ontem, a commodity fechou cotada a US$ 119,97.
Entre os fatores que levaram o barril a entrar na nova trajetória de altas estão o ataque contra um oleoduto operado pela Shell na região de produção de petróleo da Nigéria, no fim de semana. Continuam a pressionar as cotações da commodity, no entanto, a desvalorização do dólar (moeda em que a commodity é cotada) frente a outras moedas. O investimento no petróleo é visto como forma de proteção contra a queda do valor da moeda americana.
Hoje também o banco de investimentos Goldman Sachs informou que o preço do barril pode chegar a um patamar entre US$ 150 e US$ 200 devido ao crescimento inadequado da oferta. "A possibilidade de chegarmos a ficar entre US$ 150 e US$ 200 por barril parece cada vez mais provável no período dos próximos seis a 24 meses, embora prever qual poderá ser o pico atingido pelos preços do petróleo, bem como a duração do ciclo de altas, permanece uma grande incerteza", informou o banco, em nota.
A Exxon Mobil informou hoje que conseguiu normalizar os níveis de produção na Nigéria após uma greve de oito dias --que paralisou a produção de cerca de 800 mil barris diários de petróleo--, mas a produção da Shell ainda está em cerca de 164 mil barris diários abaixo da produção normal, devido aos ataques.
Ontem, o ministro do Petróleo de Angola, Desidério Costa, disse que os países produtores de petróleo não são responsáveis pelos preços recorde da commodity e que não estão lucrando com essa situação. ´O lucro não está indo para o produtor´, disse Costa, durante a OTC (Offshore Technology Conference), maior evento da indústria de petróleo offshore no mundo, em Houston (Texas).
A produção de Angola atualmente é de 1,9 milhão de barris por dia, disse Costa. O país entrou para a Opep no ano passado.
"O interesse da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) é pelo diálogo", disse. "O motivo dos preços estarem altos não é de responsabilidade dos produtores."