Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo crava novo recorde e se aproxima dos US$ 121

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O preço do petróleo continua em sua trajetória de alta, tendo cravado uma nova marca recorde nesta terça-feira (06/05) US$ 120,93, depois de ter cruzado ontem a marca de US$ 120 pela primeira vez na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês). O ataque contra um oleoduto operado pela Shell na região de produção de petróleo da Nigéria, no fim de semana, está entre as principais causas para a disparada do barril do início desta semana. O enfraquecimento do dólar (moeda em que a commodity é cotada) frente a outras moedas, como o euro, também serve como incentivo para os investidores, que buscam proteção contra a desvalorização da moeda americana e pressões inflacionárias. Às 9h24 (em Brasília), o barril da commodity estava cotada a US$ 119,48 (baixa de 0,41%) no pregão eletrônico da Nymex. O preço mínimo atingido pelo barril hoje foi US$ 119,33. "O preço em declínio, visto na semana passada, parece agora ter sido apenas uma correção", disse à agência de notícias Reuters o vice-presidente da Bache Commodities Christopher Bellew. "O efeito da crise de crédito nos EUA está reduzindo a renda disponível para gastos das pessoas, e seria de esperar que isso tivesse um impacto sobre o petróleo, mas não estamos vendo impacto nenhum." Nesta terça-feira, o banco de investimentos Goldman Sachs informou que o preço do barril pode chegar a um patamar entre US$ 150 e US$ 200 devido ao crescimento inadequado da oferta. "A possibilidade de chegarmos a ficar entre US$ 150 e US$ 200 por barril parece cada vez mais provável no período dos próximos seis a 24 meses, embora prever qual poderá ser o pico atingido pelos preços do petróleo, bem como a duração do ciclo de altas, permanece uma grande incerteza", informou o banco, em nota. A Exxon Mobil informou que conseguiu normalizar os níveis de produção na Nigéria após uma greve de oito dias - que paralisou a produção de cerca de 800 mil barris diários de petróleo-, mas a produção da Shell ainda está em cerca de 164 mil barris diários abaixo da produção normal, devido aos ataques. Culpa. Ontem, o ministro do Petróleo de Angola, Desidério Costa, disse que os países produtores de petróleo não são responsáveis pelos preços recorde da commodity e que não estão lucrando com essa situação. "O lucro não está indo para o produtor", disse Costa, durante a OTC (Offshore Technology Conference), maior evento da indústria de petróleo offshore no mundo, em Houston (Texas). A produção de Angola atualmente é de 1,9 milhão de barris por dia, disse Costa. O país entrou para a Opep no ano passado. "O interesse da Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] é pelo diálogo", disse. "O motivo dos preços estarem altos não é de responsabilidade dos produtores."