Jornal Correio Braziliense

Economia

Reajuste ajudará no resultado da Petrobras

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A correção de rumo nos preços cobrados pela Petrobras para gasolina e óleo diesel vai ajudar a recuperação do resultado da estatal no ano, mas não chegou a tempo de reforçar o desempenho da companhia no primeiro trimestre. Os números devem ser apresentados ainda na primeira quinzena deste mês. Para especialistas no setor, o ;congelamento; dos preços dos cobustíveis no mercado nacional desde setembro de 2005, enquanto o petróleo disparava no mercado mundial, está na raiz do desempenho do ano passado, quando o lucro caiu 17%. Não que a Petrobras tenha feito pouco dinheiro. O lucro de 2007 foi de R$ 21,5 bilhões (US$ 12 bilhões). Mas ficou quase R$ 5 bilhões (US$ 2,6 bilhões) menor que o desempenho do ano anterior. O que chama a atenção é que as grandes petrolíferas do mundo ; e a brasileira está entre as 10 maiores ; tiveram desempenhos recordes num ano em que o preço médio do petróleo subiu 11%. Empresas como ExxonMobil, Shell e Chevron registraram em 2007 resultados fortes. A Exxon, com lucro superior a US$ 40 bilhões ; o maior já registrado por uma empresa americana ;, voltou a figurar como a maior empresa privada dos Estados Unidos, superando a rede de supermercados Wal-Mart. A anglo-holandesa Shell marcou novo recorde, com lucro de US$ 31 bilhões, 23% acima do ano anterior, o maior da história para uma empresa inglesa. Na Chevron, a segunda maior petrolífera dos EUA, o desempenho não chegou a tanto, mas representou uma alta de 9% sobre 2006, somando US$ 18,7 bilhões. Mesmo a espanhola Repsol, com apenas 2%, viu lucro maior, enquanto a chinesa Sinopec teve resultado 40% superior ao de 2006. O ano passado significou a primeira queda de desempenho da Petrobras desde 2002, quando o lucro recuou 19%. Em comunicado, a Petrobras atribuiu a redução no lucro aos ;efeitos cambiais sobre os ativos no exterior, dada a apreciação do real frente ao dólar, maiores gastos com a importação de produtos, ajustes no plano de pensão (Petros) e o impacto dos maiores custos na cadeia de fornecimento de bens, serviços e recursos humanos na indústria petrolífera;. A empresa preferiu ressaltar o fato de que o valor de mercado dobrou, chegando a R$ 429,9 bilhões, frente os R$ 230,4 bilhões de 2006. Contribuiu para isso a confirmação do poço de Tupi, com reservas estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris. Mas, para analistas, a manutenção dos preços internos da gasolina e diesel ; que respondem por mais de 60% da receita da estatal ; pesaram na redução do lucro. Nas contas do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), a decisão de não repassar os aumentos do petróleo aos preços da gasolina e do óleo diesel custou à Petrobras R$ 5,8 bilhões de setembro de 2005, quando ocorrera o último reajuste, até agora.