Pelo menos 600 trabalhadores e desempregados marcharam neste 1º de maio, na Nicarágua, contra as demissões em massa e pediram ao governo que "cuide dos postos de trabalho".
Os manifestantes, organizados em sindicatos independentes, caminharam de forma pacífica pelas ruas na zona nordeste da capital e expressaram sua preocupação com a onda de demissões no governo e nas maquiladoras da zona franca.
Os sindicatos ligados ao governo anteciparam para a noite de quarta-feira a comemoração da data, na qual o principal orador foi o presidente Daniel Ortega, que não fez qualquer anúncio oficial relativo às demandas dos trabalhadores sobre o custo dos alimentos, emprego e salários.
Ortega admitiu que, este ano, o país perderá cerca de 15.000 vagas das empresas maquiladoras que vão se transferir para lugares onde a oferta de mão-de-obra seja mais barata.
O secretário do Congresso Permanente dos Trabalhadores (CPT), Roberto Moreno, avalia que pelo menos 10 mil funcionários públicos foram demitidos e outros 18 mil postos das maquiladoras serão perdidos em 2008 com a saída dessas empresas do país.
O sindicalista atribuiu a saída das maquiladoras não apenas à recessão nos Estados Unidos, que provocou o cancelamento de contratos de compra de grandes lojas, mas ao fato de que elas estão se transferindo para países, como Vietnã e Camboja, por causa da mão-de-obra.