Os consumidores não devem ficar livres da alta da gasolina anunciada pela Petrobras nesta quarta-feira, segundo os postos de combustíveis, embora o ministro Guido Mantega (Fazenda) tenha dito que o impacto será zero em função da redução da Cide (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico).
A Petrobras anunciou que, a partir de sexta-feira, a gasolina vendida às distribuidoras terá alta de 10% e, o diesel, de 15%.
O presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia, afirmou que a redução da Cide não deve ser suficiente para segurar o repasse. A Cide, que hoje é de R$ 0,28 por litro, passará a R$ 0,18 por litro. Segundo Gouveia, outros impostos, como PIS, Cofins e ICMS, incidem sobre o novo preço. "Se não tivesse nenhum outro imposto, ele [Mantega] teria razão", afirmou.
Gouveia disse que o impacto do reajuste não será total, de 10%, mas ainda assim chegará ao consumidor. "A distribuidora não vai deixar de repassar o preço para os postos, que por sua vez aumentam o preço na bomba", afirmou.
Ele disse que o ICMS incide em 56,3% da cadeia e que ainda há os preços do álcool anidro, que é misturado à gasolina e dos fretes, que também devem subir em razão do aumento do produto.
No caso do diesel, o aumento para o consumidor será de 8,8%. Nas refinarias, o aumento será de 15%, mas o governo reduzirá a cobrança da Cide sobre esse combustível de R$ 0,07 por litro para R$ 0,03 por litro. Segundo Mantega, o impacto na inflação desse aumento será de 0,015%, o que o ministro considerou irrelevante. O governo deixará de arrecadar com a Cide entre R$ 2,5 e R$ 3 bilhões por ano.