As Bolsas européias fecharam em baixa nesta terça-feira (29/04). Mesmo com os lucros da Royal Dutch Shell e da BR (British Petroleum) impulsionando as ações do setor petrolífero, as perdas entre os bancos e as mineradoras tiraram fôlego dos negócios hoje. Os investidores também mantiveram a cautela às vésperas da decisão do Federal Reserve (Fed, o BC americano).
A Bolsa de Londres encerrou o dia com ligeira variação negativa de 0,02% e ficou com 6.089,40 pontos; a Bolsa de Paris teve baixa de 0,71%, ficando com 4.977,10 pontos; a Bolsa de Frankfurt caiu 0,58%, para 6.885,34 pontos; a Bolsa de Amsterdã fechou em baixa de 0,21%, com 471,22 pontos; a Bolsa de Milão perdeu 0,33%, fechando com 25.612 pontos; e a Bolsa de Zurique caiu 1,17%, fechando com 7.462 pontos.
O índice FTSEurofirst 300 --que reúne as ações das principais empresas européias-- fechou em baixa de 0,76%, com 1.328,45 pontos.
As gigantes do setor petrolífero BP (British Petroleum) e Royal Dutch Shell superaram as expectativas ao registrarem aumentos de lucros do primeiro trimestre. A BP teve um crescimento de 48% em seus lucros, que ficaram em US$ 6,6 bilhões; já a Shell informou que obteve no período um lucro líquido de US$ 9,083 bilhões, 25% a mais que no mesmo período de 2007.
Mesmo assim, o dia foi marcado pelo desempenho fraco das ações dos bancos. As ações do UBS caíram 1,8%; as do Barclays caíram 2,2%, as do Deutsche Bank caíram 0,4% e as do HBOS (maior empresa britânica do setor de hipotecas) perderam 1,8%.
As Bolsas na Europa ainda intensificaram as perdas, já perto do encerramento da sessão, com a divulgação de índices econômicos negativos nos EUA, referentes ao mercado imobiliário e à confiança do consumidor. A principal razão de cautela, no entanto, é a expectativa pela decisão do Fed, a ser anunciada amanhã. A previsão é de mais um corte na taxa do banco (seria o sétimo consecutivo), desta vez de 0,25 ponto percentual, para 2% ao ano. Alguns analistas, no entanto, estimam que o banco poderá manter a atual taxa e se decidir por um corte mais adiante.
No mesmo dia deve ser anunciado também o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA referente ao primeiro trimestre deste ano. No último trimestre do ano passado, a economia cresceu apenas 0,6%, contra 4,9% no terceiro trimestre. No ano passado como um todo, a economia dos EUA cresceu 2,2%, menor desempenho desde 2002, quando a expansão foi de 1,6%. Em 2006, a economia americana teve aumento de 2,9%.
"Com o Fed amanhã há o risco de que não haja corte, embora seja mais provável que o banco corte os juros e mande um sinal de que não se deve esperar outros [cortes]", disse à agência de notícias Reuters o estrategista Bernard McAlinden, da NCB Stockbrokers em Dublin.
As mineradoras foram outro ponto fraco do dia, devido à queda de 1% no preço do cobre. Entre as ações do setor que mais caíram estão as da Rio Tinto (-3,5%). As ações da BHP Billiton, Anglo American e Xstrata caíram entre 2,9% e 3,2%.