O diretor internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, afirmou nesta sexta-feira (25/04) que a empresa vai ser agressiva quando tiver interesse em comprar outros empreendimentos. Ele fez o comentário ao ser questionado se a aquisição da Esso no Brasil anunciada ontem pela Cosan vai mudar a estratégia da Petrobras (a estatal também disputava a compra da Esso).
O executivo reforçou que a Petrobras continua em estado de avaliação de ativos. "Se a Petrobras tiver realmente interesse, ela vai ser agressiva sim", disse. Sobre o interesse da Petrobras em comprar ativos da Esso em outros países da América Latina, Zelada afirmou apenas que compras desse tipo eram "um assunto a ser estudado".
Zelada preferiu não fazer maiores observações sobre a decisão da Cosan. "Eu não vejo o que comentar. Houve uma disponibilidade desses ativos no Brasil, houve o resultado e isso está feito. Não vamos comentar sobre isso", disse.
O diretor participou nesta sexta-feira da 17ª edição do Café com Energia, evento promovido pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP). No evento, Zelada foi questionado várias vezes se a Petrobras já tinha entregado propostas de compra de ativos da Esso em países como o Uruguai, por exemplo. "A Petrobras está avaliando oportunidades", respondeu, acrescentando que a avaliação de oportunidades depende de vários tipos de estudo, ainda não concluídos. Entretanto, concordou que a empresa brasileira, tendo em vista sua presença na América do Sul, e seu planejamento estratégico, está sempre disposta avaliar oportunidades na região.
Operação
O diretor internacional da Petrobras afirmou que a prioridade da estatal é ser operadora em seus negócios no exterior, e não prestadora de serviços. A observação foi feita ao responder pergunta sobre o mercado do Equador. Rumores sinalizam mudanças na regulamentação do setor de petróleo daquele país, que pode estar estudando modificar o perfil das operadoras estrangeiras de petróleo, naquela região, para se tornarem prestadoras de serviço.
Zelada comentou que, até o momento, nada mudou em relação às atividades e estratégia da Petrobras no Equador. Quando questionado do que achava do fato de o governo equatoriano estudar contratos de seis meses para as empresas de petróleo se transformarem em prestadoras de serviço no país, o executivo respondeu apenas que desconhece oficialmente essa informação. "A Petrobras é uma operadora. Se existe uma oportunidade de ser prestadora de serviços, não é nossa prioridade. (...) A Petrobras é uma empresa operadora e entrou lá (no Equador) como operadora e não prestadora de serviços", disse.
Entretanto, o executivo reforçou a idéia de que a estratégia da Petrobras tem que ser avaliada tendo em vista as condições e contexto de cada país, e de que não existe uma solução única que defina como vai ser a presença da empresa em todos os países. Ele deu como exemplo o caso da Bolívia, que também realizou mudanças em suas regras no setor de petróleo. "Isso não impediu que a Petrobras permanecesse naquele país até hoje", afirmou.
Petroquisa
O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que a empresa está reavaliando a Petroquisa (braço petroquímico da estatal) e não descartou a possibilidade de sua extinção. "Estamos reavaliando o posicionamento dela (Petroquisa), porque os últimos grandes ativos na área petroquímica foram adquiridos diretamente pela Petrobras", comentou.
Ele negou, no entanto, que a decisão já tenha sido tomada e não quis comentar a possibilidade que vem sendo comentada de que a estatal criaria uma diretoria específica para cuidar dos ativos neste segmento. "O que existe hoje é uma gerência executiva de petroquímica, subordinada à diretoria de Abastecimento da Petrobras", afirmou.