Sob ataque cerrado no mercado internacional, o etanol brasileiro dá sinais de ter chegado à maturidade. Dois grandes negócios na área da agroenergia foram anunciados nesta quinta-feira (25/04). A BP, gigante britânica do petróleo, comprou metade de uma joint venture entre Santelisa Vale e Grupo Maeda para produzir etanol em Goiás. Juntas, vão investir R$ 1,66 bilhão em açúcar e álcool. A Cosan, gigante brasileira do etanol, adquiriu 100% dos ativos da Esso por US$ 826 milhões.
A oferta da Cosan pegou o mercado de surpresa. Várias empresas disputaram o negócio, mas os candidatos mais prováveis à compra eram a GP Investimentos e a Petrobras, que levaria a Esso em parceria com a mineira AleSat. Com a aquisição, a Cosan vai virar uma espécie de Petrobras do álcool.
A gigante de petróleo britânica BP anunciou nesta quinta-feira (24/04) o início de suas operações no Brasil, com a compra por R$ 100 milhões de metade da Tropical Bioenergia, uma joint venture dos grupos nacionais Maeda e Santelisa Vale. A Maeda, tradicional produtora de algodão, e a Santelisa Vale, segundo maior produtor de etanol e açúcar do Brasil, ficam com 25% de participação, cada uma, na nova empresa. As três companhias vão investir, proporcionalmente à participação, R$ 1,66 bilhão nos próximos dois anos para produzir etanol em duas unidades produtivas no País.
A primeira delas, em Edéia (GO), começa a operar em julho deste ano e deve processar 4,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até metade de 2010. A unidade tem capacidade de produção de 435 milhões de litros de etanol por ano. Uma segunda usina, cuja operação poderá dobrar a produção do grupo, está nos planos. Além de álcool e açúcar, cada uma das refinarias também deve produzir e vender 30 MW de energia excedente do bagaço da cana.