Os recalls de brinquedos, tanto da Mattel como da Gulliver, no Brasil, provocaram uma perda de receita para o setor de R$ 300 milhões no Brasil e de US$ 5 bilhões no mundo, afirmou nesta terça-feira a Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos).
Pela estimativa do presidente da associação, Synesio Batista da Costa, o faturamento do setor no Brasil podia ter crescido mais do que os 2% entre 2006 e 2007. A diferença de cerca de R$ 300 milhões, segundo ele, é resultado do impacto dos recalls, que "amedrontaram os consumidores". Em 2007, a indústria brasileira fechou com faturamento de R$ 2,234 bilhões.
"Recall de automóvel pode até ser chique, você vai até a concessionária, toma um café. Mas no nosso setor, só o fato de você tirar o brinquedo da criança já causa um dano. Todo projeto tem de ser testado antes de ser colocado no mercado", criticou.
No mundo, o faturamento do setor registrou queda de 5%, também atribuída ao medo do consumidor com os recalls. Com o resultado das empresas em US$ 68,3 bilhões, a perda estimada é de US$ 5 bilhões.
Costa criticou bastante o modelo chinês de fabricação de brinquedos e disse que a concorrência é desleal. Os recalls, para ele, só vieram prejudicar ainda mais a imagem do setor. Segundo ele, a Mattel, primeira a anunciar um recall mundial, é uma das responsáveis pelos prejuízos à imagem e será processada pela Mattel.