Correio Braziliense
postado em 14/02/2020 04:08
Quase um Papa-Léguas!
O protagonista de Sonic pode até ser chamado de filhote de Pé Grande, mas não é. Foram aventuras em jogos eletrônicos de uma franquia japonesa que colocaram seu talento e simpatia em alta. No cinema, Sonic está em aventura liderada pelo cineasta estreante Jeff Fowler, e conta ainda com parceiros (e inimigos) em live-action. Mais importante na trama, que recupera o espírito infantil dos espectadores adultos e alimenta o mundo fantasioso dos menores, entretanto, é o protagonista criado em animação.
Recém-chegado de misteriosa ilha, Sonic traz na bagagem uma série de anéis capazes de salvá-lo do contato (proibido) com os seres humanos. Quando pequeno, ouve, precavido, a ideia de que seus poderes atrairão a cobiça de “vilões famintos”. É com essa visão, que o obriga ao isolamento, que ele despenca em Green Hills (Montana).
No enredo, despontará um vilão, em especial — o doutor Robotnik (a cargo de um hilário Jim Carrey). Sem ter com quem interagir, Sonic aumula múltiplas personalidades, a fim de preencher a própria solidão (nas melhores sequências do filme). Traz assim, algo do Smeagol, de O senhor dos anéis. Por dois dias, o veloz ouriço colorido, depois de uma década de marasmo terrestre, vai viver aventuras de “dois selvagens”, tendo por companheiro o policial Tom (interpretado por James Marsden). Juntos, eles vão encerrando uma lista de “coisas a serem feitas na vida”.
Na realização do filme, há um componente (usado excessivamente), nada original, e que minimiza o efeito: à la X-Men, as cenas de alta velocidade são quase congeladas e vêm nos moldes quadro a quadro. Mas, é mal menor compensado pela incorporação de citações a Keanu Reeves (de Velocidade máxima) e afins. Petulante, irritante e, acima de tudo, divertido, o personagem de Jim Carrey é um prato cheio para o talentoso astro.
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