Hoje, amanhã e domingo, 40 pessoas — contando crianças até 5 anos e seus respectivos resposáveis — poderão assistir, sentados em círculo dentro de uma tenda intimista, a alguma das nove sessões do espetáculo Voa, do Coletivo Antônia, neste final de semana, no CCBB (SCES Tc. 2 lt. 22). Para garantir um dos poucos assentos, é necessário comprar os ingressos no mesmo dia, na bilheteria ou no site www.eventim.com, a partir das 9h.
Todos com mais de 1 ano de idade pagam. Os adultos, chamados pelo coletivo de “adultos de referência”, podem levar até duas crianças, cada. E os bebês, por sua vez, podem “levar” até dois adultos, cada. Isso porque eles, os bebês, é que são o público-alvo da peça. Fundada em 2009 pelas atrizes Cirila Targhetta e Tatiana Bittar, o coletivo Antônia se dedica desde o início a espetáculos feitos especialmente para os espectadores que ainda estão na primeira infância.
Para Cirila, uma das fundadoras, este tipo de apresentação não é meramente teatro, extrapolando as fronteiras do que se entende convencionalmente como teatro. Apropriando-se de características do circo, da dança, da música e da literatura, a companhia se propõe a oferecer uma experiência sensorial para um público que ainda não sabe falar, se aproximando da linguagem dele. Elementos sonoros, cenografia e até odores (baseados na aromaterapia) são essenciais para passar a mensagem.
No caso do espetáculo Voa, baseado no conto A menina e o pássaro, de Rubem Alves, essa mensagem é sobre liberdade. Sob a tenda branca, como as que as crianças usam em brincadeiras, as duas atrizes dão vida a uma menina que prende uma ave na gaiola, mas percebe que, presa, o animal que ela tanto gostava começa a definhar. Libertada, a ave voa e não nunca mais volta.
Tudo isso é transmitido ao pequeno público sem qualquer roteiro, palavra ou referência verbal. Não é possível aferir pela apresentação qual é o gênero, a raça ou mesmo a espécie das personagens. Mas, ao se referir a elas, as atrizes as chamam de “menina” e “pássara”. Ao construir o roteiro, junto ao músico Euler Oliveira, ao cenógrafo Roustang Carrilho e à diretora Rita de Almeida, os traços machistas foram eliminados. “A gente tira. Nos interessa pensar sobre amor e liberdade”, diz Cirila.
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira
SERVIÇO
Voa
CCBB (SCES Tc. 2 lt. 22; 3108-7600). Hoje, amanhã e domingo, sempre às 11h, 15h e 17h. Espetáculo do Coletivo Antônia para crianças de zero a cinco anos, baseado no conto A menina e o pássaro, de Rubem Alves. Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada), à venda somente no dia da sessão, a partir das 9h, pelo site www.eventim.com ou na bilheteria do CCBB. Crianças de até 12 meses não pagam. Crianças a partir de um ano pagam meia-entrada. Serão vendidos apenas 4 ingressos por CPF. Cada adulto pode ir com até duas crianças, e cada criança pode ir acompanhada por até dois adultos. Classificação indicativa livre.