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Corpos ardente


Aos 39 anos, a diretora francesa Céline Sciamma já é uma referência, quando se percebe o alcance de suas obras em festivais como os de Cannes e de Berlim. Sciamma foi reconhecida, entre outros feitos, por conduzir fitas ambientadas em momentos contemporâneos embalados por temáticas fortes em filmes como Tomboy (2011) e Garotas (2014). Participando da disputa central, ano passado, no Festival de Cannes, com Retrato de uma jovem em chamas — uma das estreias da semana, no Brasil —, Sciamma conquistou o prêmio de roteiro.

Concorrente derrotado no recente Globo de Ouro, selecionado como finalista de melhor filme estrangeiro, o longa trata da construção de intimidade entre as personagens Marianne e Héloïse. Ambas se encontram no ano de 1760, período cravejado por convenções sociais. A primeira é destacada para acompanhar os passos da outra, arredia moça saída de um convento, e que se vê obrigada a um casamento sem amor.

Encabeçando o elenco, estão Adèle Haenel (A garota desconhecida) e Noémie Merlant (O retorno do herói). Merlant vive na tela um papel que conserva um breve segredo (logo, desvendado): deve produzir um quadro de encomenda, e motivado pela amiga de ocasião. Com valorizada direção de fotografia de Claire Matthon, o drama assinado por Céline Sciamma competiu em categorias do prêmio espanhol Goya como as de melhor filme europeu.