bnegão, em outubro, a festa Makossa, em agosto, e o rapper Djonga, no ano passado. Todas essas atrações já deram um rolê em Ceilândia para o Ruas Convida, mas, nesta quarta edição, a promessa é de um baile funk carioca com MC Carol, na Praça do Cidadão. O show ocorre amanhã, a partir das 18h.
A carioca MC Carol se notabilizou por unir temáticas sociais com músicas de duplo sentido, que falam sobre sexualidade, desigualdade e racismo. No Distrito Federal, o repertório segue a mesma linha, mas com novidades. ;Será uma mistura de faixas mais politizadas e outras mais engraçadas, para o povo dançar. Devo apresentar algumas coisas já do novo disco, que estamos preparando;, conta a funkeira em entrevista ao Correio.
Conhecida pelas canções 100% feminista, Jorginho me empresta a 12 e Não foi Cabral, Carol roda o país e o mundo. ;Ainda fico surpresa e me emociono. Um dia você, você está sentada, sem rumo, pensando em nada, e, no outro, você está pelo mundo. Hoje, eu já dei palestra nos Estados Unidos, cantei no Lollapalooza e no Rock in Rio. O funk, que era brincadeira, virou o caminho pra minha vida entrar na linha.;
Mesmo com todas essas conquistas, a artista considera que o funk ainda sofre com preconceito e marginalização por parte da sociedade. ;Continua marginal, continua perseguido, mas a favela está chegando em todo mundo. Não podem mais fechar os olhos para o funk. Só espero que as pessoas não fechem os olhos para a perseguição e usem o funk só quando for conveniente, sabe? Olha o que rolou com o Rennan da Penha (responsável pelo Baile da Gaiola, no Rio de Janeiro, preso recentemente acusado de vínculo com tráfico de drogas).;
A artista vê a situação atual como um momento que exige união dos funkeiros: ;É bizarro. Quem se calou nessa situação do Rennan está indo contra ele, porque isso poderia acontecer com cada um de nós. Quem quer acabar com a gente está unido, por isso precisamos estar muito mais;, completa.
;O funk é mais que um som, é empreendedorismo, uma manifestação política. Nossa intenção é justamente celebrar essa cultura pulsante em várias periferias;, diz o idealizador do evento Max Maciel.
O Ruas Convida tem como objetivo promover a democratização da cultura para a cidade mais populosa do Distrito Federal, Ceilândia, e o respeito à diversidade. O projeto também tem a finalidade de reverter parte da bilheteria para benfeitorias para a Praça do Cidadão. ;Uma coisa que sempre esquecem ao falar do que falta na comunidade ou periferia é lazer, acesso a diversão. Isso é importante demais para que as pessoas se sintam parte da cidade;, completa MC Carol.