Jornal Correio Braziliense

Divirta-se mais

Hoje tem rap

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opiniões fortes, representatividade e letras poéticas. Todas essas qualidades podem descrever Genival Oliveira Gonçalves, muito mais conhecido como Gog. O poeta, escritor e rapper nascido em Sobradinho já rodou todo o Brasil com suas músicas que foram abordadas em vestibulares.

Autor das canções Desconstrução, Novos tempos e A ponte ; ao lado de Lenine ; Gog se prepara para mais um show em Brasília, desta vez em Ceilândia, no evento Balaio Cultural, hoje, a partir das 18h. Com entrada gratuita, a festa marca o encerramento do projeto Temporadas Culturais, que valoriza a cultura local realizando oficinas de dança e percussão em escolas, além de promover os artistas independentes da cidade.

;A cultura já foi o livro mais alto da estante. Hoje ela é compreendida como o que emana de cada ser humano, resumindo sua vivência. Os eventos são uma grande iniciativa, mas mais importante que o encontro cultural é a cultura de encontro;, reflete o Gog.

O rapper se apresenta no Distrito Federal em meio a produção de mais um lançamento, o videoclipe inédito Matemática na prática - parte 2, com participação de Fábio Brazza, Renan Inquérito e Orquestra na Rua. A música será lançada em 29 de novembro, às 20h, nos canais do rapper. ;Ela é a continuação de um clássico do rap nacional lançado em 1998, tratamos como um divisor de águas no hip-hop brasileiro;, completa.

Com letras que mostram a vida de um jovem negro periférico, Gog é por muitas vezes convidado para palestrar em escolas, tendo músicas estudadas em salas de aula, tudo isso devido a sua luta em expor os preconceitos que as manifestações artísticas e as pessoas negras sofrem. ;O preconceito é algo que todas as manifestações culturais enfrentam, mas no caso do hip-hop é maior, por ser de origem negra. O rap incomoda o mercado que quer se acomodar no conforto da venda sem mudança. Estar nas escolas, nas faculdades é passar o Brasil a limpo;.

Desde 1988 na estrada, ele vê com bons olhos a nova geração do rap e questiona quem critica que hoje há falta de profundidade nas músicas. ;Visualizo gerações, consanguinidade. O celeiro cultural brasileiro reflete as pessoas a apontar apenas o rap da nova geração quando falam de superficialidade na música. Nunca vi questionarem a MPB nesse quesito. Parece que tudo que é gerado por lá é bom, que todo mundo que chega é revelação. Lembra do tal do preconceito que falei?;, argumenta.

*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira

Serviço

Balaio Cultural



Casa do Cantador (QNN 32 - Ceilândia). Hoje, às 18h. Evento multicultural com show do rapper Gog. Entrada franca. Classificação indicativa livre.