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A culinária afro-brasileira está na forma de preparo e nos ingredientes usados nas receitas do nosso dia a dia

A riqueza gastronômica do Brasil é um dos principais atrativos turísticos. Ingredientes particulares e cheios de surpresas, técnicas de preparo inusitadas e únicas, tudo isso resulta em uma comida especial. Entre as influências fundamentais que ajudaram a lapidar o que comemos hoje estão os escravos, forçados a abandonar a terra natal, faziam nas senzalas receitas que traziam na memória parte da cultura deles. As influências da gastronomia africana fazem parte da formação cultural nacional. Mais que isso. É praticamente impossível dissociá-las.

É comum relacionar essa influência à gastronomia baiana. O dendê, por exemplo, é um ingrediente típico da África e usado pelos baianos em todas as partes, da farinha à moqueca. Outro preparo que tem toda a influência do continente africano é o queridinho acarajé ; o bolinho de feijão frito no azeite de dendê, com camarão seco, sal e cebola. A receita é tão importante culturalmente que foi promovida a patrimônio nacional.

Em Minas Gerais, a relação entre as gastronomias também é forte. ;Quando abrimos o Simbaz, as pessoas não conheciam bem a gastronomia africana. Achavam que era apimentada e pesada. Ela não é, é uma comida que lembra bem a baiana e a mineira;, pontua Chidera Ifeanyi, proprietário do Simbaz ; Culinária Afro e Bar.

No Quilombo Kalunga, é marcante o uso de ingredientes locais. ;Usamos muitas coisas do cerrado, como a castanha-de-baru e a pimenta-de-macaco;, detalha a proprietária do Crioula Café, Helena Rosa, que deixou a comunidade para estudar aos 13 anos e, atualmente, apresenta os sabores do quilombo no estabelecimento.

Para fechar, doces também ganham a influência do continente. Um exemplo é a canjica, ou manguzá, como é chamada no Nordeste, além da cocada.

*Estagiários sob supervisão de Igor Silveira.

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*Confira, na página 8, os endereços das casas citadas.