Sem fazer show há cinco meses, por causa da covid-19, o Capital Inicial volta aos palcos em 14 de agosto como primeira atração do Drive Show Brasília, no Estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha. A última apresentação da banda brasiliense na cidade foi há quase um ano, pela Quinta Cultural do projeto Na Praia.
No retorno, Dinho Ouro Preto, Yves Passarel, Fê e Flávio Lemos farão uma retrospectiva das últimas duas décadas de carreira, que antecipa a gravação do DVD Ao Vivo 2, celebração dos 20 anos de Acústico MTV, lançado em 2000. Nos telões, haverá a veiculação de conteúdo exclusivo: cada canção receberá um vídeo especial.
“Por causa da pandemia, tivemos que interromper nossa agenda em março último. Agora, com os projetos musicais que estão utilizando os drive-ins. Estamos felizes, pois retomaremos as atividades justamente em Brasília, onde tudo começou para o Capital Inicial. Essa é uma iniciativa incrível, até porque acredito que as pessoas estão querendo assistir a shows, agora com todo cuidado e segurança, observando o necessário distanciamento social”, comenta o baterista Fê Lemos. “Tocaremos no palco enquanto os nossos fãs, dentro dos carros, poderão se manifestar, acendendo os faróis e tocando a buzina. Certamente, vamos nos divertir bastante”, acrescenta.
O Drive show Brasília, com programação entre 14 de agosto e meados de outubro, terá a participação de artistas de estilos musicais diversos e também de humoristas. De acordo com a produção, o projeto seguirá rigorosamente as recomendações de segurança das autoridades sanitárias. Além do distanciamento mínimo de dois metros entre os carros, haverá a exigência do o uso obrigatório de máscara. Todas as atividades e ações serão realizadas no modo digital, virtual e cashless para reduzir o contato direto e eliminar aglomerações. Além disso, as pessoas deverão permanecer dentro dos carros durante toda a apresentação dos artistas.
Toda a equipe de trabalho, incluindo técnicos e recepcionistas, passará por aferição de temperatura corporal a cada duas horas. Os banheiros e áreas comuns serão higienizadas durante todo o evento. A abertura das portas dos carros só poderão ocorrer para a ida ao banheiro. O preço para o acesso de carro — com quatro pessoas por veículo — varia de R$ 100 a R$ 480 e já estão à venda. A carga máxima é de 600 carros por show.
SERVIÇO
Drive Show Brasília
Abertura no dia 14 próximo, com show do Capital Inicial.
Entrevista// Dinho Ouro Preto
Como vê este novo formato de show, com as pessoas assistindo de dentro do carro?
O Capital é uma banda que se resolve no palco. É onde se sai melhor. Show é o que mais gostamos de fazer. Estamos sem tocar há cinco meses e não vemos a hora de ter contato com o público novamente. A volta no Drive Show Brasília será nossa reconexão com a plateia brasiliense. A gente precisa disso para viver. É nossa energia vital!
Na última apresentação do Capital, a banda lançou o álbum Sonora. Desta vez será um concerto retrospectivo?
O Capital está em uma entressafra. A turnê do Sonora acabou e estamos nos preparando para uma nova turnê que vai se chamar Acústico 2.0 para assim que for possível. Essa nova turnê será uma comemoração do disco Capital Inicial Acústico MTV, gravado em março de 2000. Ou seja, estamos entre um projeto e outro. O setlist do show estará repleto de hits. Vamos tocar os grandes sucessos dos últimos 20 anos de carreira.
Que avaliação faz da repercussão do álbum Sonora, com a participação de jovens roqueiros, como Gustavo Bertoni, da Scalene?
Foi muito bom fazer o Sonora. O Capital saiu da zona de conforto, gravou em um estúdio na casa do Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, e chamamos uma geração mais nova para participar. O Gustavo é um cara muito talentoso, também de Brasília. Tudo fluiu muito bem e a troca que tivemos foi muito natural.
Em outubro de 2019 você lançou nas plataformas digitais um EP com as três primeiras músicas do disco Roque em rôu. Quando saem outras canções?
O álbum digital Roque em Rôu foi muito divertido de fazer, porque foi um disco de covers, de músicas que eu curto desde sempre. Claro que muitas outras, infelizmente, ficaram de fora. Foi um tributo ao rock nacional, que eu, como roqueiro, senti muito prazer, e quase um dever de fazer.
Você continua com o projeto Dinhocast, na Mix FM? Como tem sido a experiência?
Eu dei uma pausa no Dinhocast, mas devo retomar em breve. Foi uma experiência muito bacana, é um pouco esquisito ficar falando pra si mesmo, mas, depois, você pega o jeito. Assim que der, vou retomar.
Após superar vários problemas da saúde, ao longo de 56 anos de vida, como foi encarar e vencer a covid-19?
Nunca, com meus 56 anos nas costas, peguei algo tão forte como esse vírus. Se colocar todas as doenças que tive em uma escala, a pior de todas é a covid-19, sem dúvidas. E olha que ela foi apenas mais uma das várias doenças que enfrentei. Meus amigos brincam que, se eu tiver sete vidas, gastei quatro. Em 2009, tive gripe suína. Em 2016, dengue. Tenho sorte por ter vencido cada uma delas, mas é muito azar uma pessoa ter pego tudo isso, né?
Filho de um cientista político, como analisa a situação político-social do país atualmente?
Vejo a situação política do país com tristeza e preocupação. Eu acho que o Brasil está vivendo um momento sem precedentes, uma crise sanitária e social de proporções enormes. É uma pena que a gente não tenha no poder um líder mais capaz, preparado e sensível para lidar com a situação que o país enfrenta.
Qual a leitura faz dos problemas observados nas áreas da educação e da cultura?
A educação e a cultura estão sendo tratadas de forma leviana. A nossa cultura é riquíssima, e a educação é o grande pilar para o futuro do Brasil. É uma pena o que se observa.