Um dia antes da realização da edição especial do Na Praia, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu na Justiça o cancelamento do evento. O orgão também solicitou a proibição dos encontros de embarcações para convidados com a finalidade de assistir o show, a fim de evitar aglomerações que aumentam o risco da propagação da covid-19.
Este ano, a R2 Produções, responsável pelo evento, organizou uma edição especial que está programada para ocorrer neste sábado (25/7), em um hotel situado à beira do Lago Paranoá. A ideia é que o público acompanhe o show da dupla sertaneja Jorge e & Mateus da varanda dos quartos ou pela transmssão on-line.
Os promotores do MPDFT, contudo, defendem que “a realização de evento anunciado, na modalidade ao vivo e presencial, com ampla divulgação nas redes sociais, instando a população a adquirir ingressos em embarcações, excepciona o estado de calamidade, agrava indelevelmente o risco de expansão da pandemia no Distrito Federal e vai de encontro a todas as cautelas que se tem buscado atender por uma política pública instituída em período desafio pela saúde e pela vida”.
Desde março, estão suspensas no Distrito Federal atividades culturais coletivas, como cinemas, teatros, shows e eventos, de qualquer natureza, que exijam licença do Poder Público. Há exceção apenas para eventos culturais realizados em estacionamentos, desde que as pessoas permaneçam dentro dos veículos, a uma distância mínima de dois metros de cada carro estacionado.
Para o MPDFT, a realização do evento desobedece a legislação ambiental e urbanística em vigor, os recentes decretos distritais, e a política do Ministério da Saúde para conter a pandemia. Portanto, o Na Praia deste ano deve ser suspenso ou cancelado enquanto durar o período de distanciamento social.
Por meio da assessoria de imprensa, a R2 informou que ainda não foi notificada formalmente da ação judicial e que se pronunciará no devido momento.
Concha Acústica
No ano passado, também na véspera da abertura da festa, o Instituto Brasília Ambiental interditou a continuidade do evento por denúncias de poluição sonora. A organização do evento, realizado normalmente na Concha Acústica, entrou com uma liminar para derrubar a decisão e conseguiu dar prosseguimento à programação.