Há quase três anos, o prestigiado diretor da Ceilândia Adirley Queirós deixava a marca de uma sociedade controlada, pouco ativa, no enredo de Era uma vez Brasília, exibido no Festival de
Brasília do Cinema Brasileiro. O mesmo criador de Branco sai, preto fica se mostrou empenhado em denunciar o desmanche de uma utopia. Ajustado para contar uma aventura intergaláctica desenrolada em cenário soturno e de conspiração, o longa foi objeto de crítica do Correio, como obra "obscura, configurada no instinto, no impulso".
Às vésperas da entrada do filme em streaming, numa escala globalizada (via plataforma Mubi), Era uma vez Brasília foi saudado pelo The Guardian, por investir na "obscura política brasileira". No texto do crítico Phil Hoad vêm demarcados teores de "improviso e qualidade inacabada". Mas, longe de apedrejar o cinema de Adirley Queirós (o filme ganhou três estrelas, numa escala que alcança
cinco dessas), o texto dá valor "à inteligente peça de afrofuturismo" no "chamuscado cenário político" apontado pelo impeachment de Dilma Rousseff.
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O texto oferta análise da inclinação aos "monólogos surreais", nas vozes de personagens como o protagonista WA4 (Wellington Abreu). O autor Phil Hoad chama a atenção para "o devastado terreno da Ceilândia", compara de modo sutil às obras de Terry Gilliam (de Brazil, o filme), e destaca as "texturas do passado" que afetam a futura frustração dos "desprovidos". Ah, claro, não deixa de apontar para dados inerentes "ao coração da corrupção da vida real (no Brasil)".
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