A estrada obscura
Ele queria caminhar por ali
Era o caminho mais íngreme e difícil
No torto de seus pés machucados
Precisava de asas para acalmar seus gemidos
Era a voz rouca que trepidava os astros
Na noite mais violenta da memória
Queria um laço que o levasse ao sol
Em meio à tranquilidade do mundo
Só podia ser de vento
A taça que embebia sua noite magra
Desossada pelo véu da embriaguez
Buscava o consolo da madrugada alada
Qual cavalo branco
Em tropel manso para o inferno.
Alexandra Vieira de Almeida